Delegada Karla Saraiva durante palestra da operação “Protegendo o Futuro”

Foi lançada nessa sexta-feira (27) a “Operação Protegendo o Futuro”, que combate a violência contra crianças e adolescentes, por meio de palestras, apresentações teatrais e oficinas de fotografias na rede pública de ensino. A Unidade de Educação Básica Mário Andreazza, no bairro da Liberdade, em São Luís, recebeu a abertura do circuito de palestras. Coordenado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), o trabalho leva informação sobre a proteção deste público alvo e estimula a denúncia das várias modalidades de violência infantil.
De acordo com a delegada Karla Saraiva, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a operação foi concebida com o intuito de fortalecer ainda mais a política de proteção infantil. “Notamos que a melhoria dos serviços de saúde e de educação ampliou o encaminhamento de casos de violência para a DPCA. A partir do momento em que os professores estão melhor orientados ou que o médico detecta que o paciente sofreu algum tipo de violência, há o correto direcionamento. E queremos estimular o conhecimento das crianças e adolescentes para que eles identifiquem e denunciem. Além disso, essa também é uma forma de prevenção”, explicou a delegada.
A cada escola contemplada, cerca de cem estudantes na faixa etária entre 12 e 14 anos participam da atividade. Durante as palestras, uma equipe da Polícia Civil do Maranhão composta pela delegada, terapeuta ocupacional e assistentes sociais repassa ao público os conceitos de violência infantil, aponta os principais sinais físicos e psicológicos de quem é afetado pelo crime e incentiva ao rompimento do medo e vergonha da denúncia. Geralmente, crianças e adolescentes violentados apresentam um conjunto de comportamentos diferenciados, como dificuldade de atenção e aprendizagem, lentidão motora, isolamento, autoimagem destruída e choro sem motivo.
Para a gestora da Unidade Mário Andreazza, Ana Ruth Barros, a medida adotada pela DPCA articula a rede de informações quanto à proteção de crianças e adolescentes e tira dúvidas quanto a questões jurídicas, por exemplo. “As palestras trazem uma gama de conhecimentos e desmistificam conceitos distorcidos que os alunos poderiam ter. No meio deles, pode haver quem sofra com maus tratos e essa é uma oportunidade de se munir de informação e de quebrar o medo. Fica mais fácil”, comentou Ana Ruth. Os estudantes que participaram das palestras e oficinas poderão atuar como multiplicadores aos outros 770, nos dois turnos.
Já estão agendadas para a próxima semana outras duas ações da operação. Na terça-feira (1º), a programação será realizada na escola João de Sousa Guimarães, na Divineia, também em São Luís. Na quinta-feira (3), o grupo conversa com estudantes da unidade Ministro Carlos Madeira, no Anjo da Guarda. Os locais alcançados pela operação foram escolhidos levando em consideração o índice de vulnerabilidade social do bairro.

Programação
Durante a programação, cinco atores do Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem) encenam a peça teatral “Faz de Conta”, do diretor Josimael Caldas. “O espetáculo ilustra abusos e formas de aliciamento e aponta para onde recorrer em casos de violência, destacando a possibilidade de denúncias anônimas. É uma mescla entre a realidade e a ludicidade, usando cantigas de roda e por meio de brincadeiras infantis. Aplicamos técnicas para envolver a criança”, detalhou Kildson Barbosa, um dos atores que participam da encenação.
A estudante Vilma Gomes, do 8º ano, tem 14 anos e acompanhou a programação. “Gostei muito da peça. Quem está sofrendo precisa denunciar e conversar com pessoas mais velhas, como nossos professores, para evitar a violência”, reforçou Vilma.
A ação conta também com a parceria das Secretarias Estaduais de Comunicação (Secom) e da Juventude (Seejuv). Carlos Pinheiro, instrutor da oficina de fotografia, conduziu um bate papo com os estudantes e apresentou a eles o projeto Juventude em Cena, da Sejuv. Também foram impressas cartilhas explicativas para distribuição após as palestras.