O curso Manejo de Açaizais Nativos, realizado pelo Governo do Estado na quarta (30) e quinta-feira (31), no povoado Vertente, município de Amapá do Maranhão, teve a participação de 36 multiplicadores entre técnicos e agricultores agroextrativistas.
O objetivo da capacitação é difundir a tecnologia de manejo de açaizais e incrementar a produção no Alto Turi e Gurupi, região que é a maior produtora de açaí no Maranhão tem grande potencial de crescimento, inclusive no quesito qualidade.
A ação faz parte do projeto Fundo Amazônia "Manejo floresta e extrativismo do açaí no Maranhão". Teve a participação de técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cocais) e Embrapa Amapá e apoio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF) e da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão do Maranhão (Agerp-MA).
Na programação do treinamento, atividades teóricas com os temas florestas nativas e o açaizeiro, novo Código Florestal e manejo dos açaizais, diversidade e estrutura das florestas de várzea, princípios e requisitos para o manejo da floresta de várzea, licenciamento ambiental e ainda manejo sustentável de um açaizal nativo.
Nas etapas das atividades práticas, houve realização de demarcação de blocos, limpeza do açaizal, inventário florestal, análise dos dados e planejamento, intervenções de manejo, manutenção do açaizal manejado e resultados do manejo do açaizal.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de produção do açaí. O Governo do Estado, por meio do Sistema de Agricultura Familiar (Sistema SAF) está investindo fortemente para fortalecer essa produção. O Sistema SAF é formado pela SAF, Agerp/MA e Iterma/MA.
Os investimentos são de mais de R$ 1 milhão na cadeia produtiva do extrativismo com foco na juçara (região Alto Turi e Gurupi). Entre as ações, estão a reestruturação de agroindústria, entrega de kits de irrigação, aquisição de equipamentos e veículos para assistência técnica, além da implantação de Unidade de Referência Tecnológicas (URT).
Para a secretária adjunta de Extrativismo, Povos e Comunidades Tradicionais da SAF, Luciene Dias Figueiredo, a cadeia da juçara/açaí tem participação de centenas de famílias nos municípios de Amapá do Maranhão, Cândido Mendes, Godofredo Viana, Carutapera, Luís Domingues e Boa Vista do Gurupi.
Capacitação
O pesquisador da Embrapa Cocais, José Mário Frazão, explica que as capacitações têm dois momentos. O primeiro foi em sala de aula e em seguida foram feitas as intervenções nas áreas de produção. O pesquisador explicou que, com o passar do tempo, os açaizais nativos vão envelhecendo e consequentemente perdem a capacidade de produção. Com o uso de tecnologias e manejos adequados é possível que, em sete anos, os açaizais retomem a produção original e com maior produtividade.
De acordo José Mário Frazão, o manejo é basicamente permitir a entrada de luz solar nas áreas delimitadas, já que os açaizais nativos ficam dentro da mata fechada. "O manejo deve ser feito, prioritariamente, todos os anos, para que a área se torne produtiva, sem ter que derrubar a floresta para o plantio da espécie; além disso, a seleção das touceiras de açaí permite que o açaizal fique mais baixo, o que facilita a retirada do fruto. A ideia é que fique sempre o chamado 'filhotão', palmeira nova e produtiva", explicou.
Para o representante da prefeitura de Amapá do Maranhão, João Baiense, se os participantes do treinamento seguirem as orientações, haverá aumento na nossa produção. "Aproveitamos cada momento para tirar nossas dúvidas e vamos, com certeza, multiplicar essas informações", ressaltou. (Secap)
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