Raimundo é um dos interessados na área

Hemerson Pinto

A área disputada tem aproximadamente 200.000m², localizada no bairro Alice Vieira, em João Lisboa, distante aproximadamente 12 km de Imperatriz. As pessoas que resolveram entrar no terreno e erguer barracas são todas da vizinha cidade. Cerca de 150 famílias que alegam morar em casas alugadas.
Homens, mulheres e crianças estão há quase uma quinzena demarcando lotes, durante o dia. Ninguém arrisca ficar à noite. Segundo um dos interessados em um pedaço de chão, já aconteceram ameaças e agressão verbal por parte das pessoas que apresentaram documentos, afirmando serem donos do terreno.
“Não queremos tomar nada de ninguém. Estamos apenas reivindicando este espaço que está há muitos anos abandonado. Queremos chamar atenção do poder público para esse assunto que é grave. Se a área for realmente deles, estamos até interessados em comprar, pois estão falando que está à venda para uma imobiliária. Mas nenhum documento apareceu”, diz o encarregado de produção Raimundo Cavalcante Silva.
Raimundo é uma das pessoas que, atraída pelo sonho do terreno para a construção da casa própria, resolveu se juntar aos moradores que iniciaram o movimento. Segundo ele, a única documentação apresentada foi uma certidão de área, que diz ser dos reclamantes de parte do território. “Mas eles precisam apresentar a certidão definitiva, e sabemos que dentro dessa área tem um espaço que pertence ao Município”.
No último domingo, após decisão judicial que teria dado reintegração de posse a quem reclamou a área, as armações de madeira foram destruídas. Ontem à tarde, segundo Raimundo, as barracas estavam novamente erguidas e os ocupantes continuavam no local. “Estamos aguardando nova decisão que deve sair na próxima semana. Desde 1985 existe este espaço, sem cerca, com mato fechado, servindo depósito de lixo e esconderijo de vândalos. O local acumula até ossada de animais”, diz Raimundo.