Por Jalila Arabi
A população com 65 anos ou mais no Maranhão está crescendo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em novembro, são quase 80 mil idosos a mais nessa faixa etária em 2016 comparado com o ano de 2012. Entre 60 e 64 anos, o estado tinha 212 mil pessoas com esse perfil em 2012. Em 2016, pulou para 235 mil pessoas - dessas, 122 mil são mulheres.
A idade prevista para aposentadoria das mulheres, de acordo com a reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal, é de 62 anos até 2038. A ideia é começar aos 53 anos e, gradativamente, atingir o teto da idade mínima - hoje, o Brasil não tem essa previsão. "O Brasil é um dos poucos países que não tem idade mínima para efeito de aposentadoria. Portanto, introduzir essa idade mínima universal, para todos, é um passo muito importante numa reforma", defende o economista e ex-ministro de Previdência Social José Cechin.
Já para os homens, a idade para aposentadoria será de 65 anos, caso a reforma seja aprovada, começando a partir dos 55 anos de idade. No Maranhão, eram 89 mil idosos do sexo masculino entre 65 e 69 anos em 2012, subindo para 97 mil no ano passado.
Sobrevida
Ainda de acordo com dados do IBGE, a expectativa de sobrevida da população idosa no Brasil tende a crescer. Em 1980, a população com 60 anos tinha expectativa de sobrevida de 15,2 anos - ou seja, viveria até 75,2. Em 2015, subiu para 22,1 anos e a projeção para 2060 é aumentar para 25,2 - 85,2 anos. As pessoas com 65 anos, idade prevista para os homens se aposentarem, tinham expectativa de sobrevida de 12 anos em 1980 - 77 anos. Em 2015, a taxa passou para 18,4 anos. Para 2060, a projeção é que essa faixa etária viva até os 86,2 anos.
Para 2060, o IBGE faz ainda outra projeção: a de que o número de jovens economicamente ativos será inferior ao de pessoas se aposentando no Brasil. Até lá, a proporção será de 24 para 63 - ou seja, 24 pessoas na ativa trabalhando para pagar a aposentadoria de 63 idosos. No Maranhão, a verba utilizada para pagar aposentados passou de R$ 900 milhões em 2006 para R$ 2 bilhões no ano passado.
"O fato é que temos um elevadíssimo gasto com previdência e, por conta disso, falta dinheiro para a saúde. Por isso, nossos produtos são caros, não conseguimos exportar na quantidade que deveríamos. As exportações são mais vantajosas e com isso não geramos emprego", acredita José Cechin.
Segundo dados da Secretaria de Previdência Social e do Tesouro Nacional, o déficit nacional com previdência em 2016 foi de R$ 149,7 bilhões. Para 2017, a estimativa é de R$ 181,6 bilhões. (Agência do Rádio Mais)
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