Ministro da Saúde, Ricardo Barros, concede a primeira entrevista coletiva à imprensa após assumir o cargo

Na primeira entrevista coletiva à imprensa como ministro da Saúde, Ricardo Barros destacou as palavras gestão e articulação. O novo ministro apresentou algumas propostas, como aplicação de multa para quem tiver focos do mosquito Aedes aegypti em casa e não pretende mudar as regras de permanência de médicos estrangeiros no país.

Aedes aegypti
Estimular a execução de multas para quem tem focos do mosquito Aedes aegypti em casa é uma das principais propostas trazidas por Ricardo Barros. “Eu quero fazer esse apelo aos prefeitos para que se não tem uma lei [que preveja multa] que eles aprovem a lei e que façam a fiscalização com muita dedicação. Se o mosquito se comprometesse a picar só na casa onde ele é criado, era fácil, mas infelizmente ele não é disciplinado e a gente não pode deixar que a sociedade toda sofra porque alguém não quer colaborar com o combate ao mosquito”, disse o ministro.
Barros fez uma analogia ao uso de cinto de segurança, dizendo que a população só adotou o hábito de usar esta ferramenta depois que o governo impôs multa. “[O governo fazia] campanhas para o uso do cinto de segurança, campanhas expressivas, terminava a campanha, pesquisas mostravam que 90% não usavam o cinto. Depois que implementaram multa, as pesquisas mostravam que 90% usavam o cinto”, comparou.
Não haverá uma norma federal regulamentando a multa, segundo o ministro, pois não haveria como fiscalizar o cumprimento dela em todo o território nacional. Barros ressalta que a população precisa se mobilizar, pois os recursos estão escassos para o combate.
O ministro defende que o foco central para diminuir as epidemias de dengue, Zika e chikungunya é combater o mosquito transmissor das doenças. “O que nós temos que fazer é combater o mosquito. Por enquanto temos dengue, chikungunya e Zika [transmitidos pelo Aedes aegypti]. Amanhã pode ter outro vírus, então temos que acabar com o transmissor”, pontuou. No entanto, Barros disse que as verbas para a pesquisa, já previstas, serão mantidas.
“Já temos bons resultados, um gráfico decrescente dessas endemias, mas precisamos da colaboração das pessoas para eliminar definitivamente esse transmissor universal, que pode transmitir outros tipos de doenças”, complementou.
Com relação aos Jogos Olímpicos, o novo ministro disse que a pasta irá cumprir com todos os compromissos assumidos. “O estrangeiro pode vir tranquilo, já que estaremos num período de redução do mosquito e também porque as medidas de combate estão em andamento”.