O Governo do Maranhão lançou, oficialmente, com o Ministério da Saúde, a campanha contra o Aedes aegypti no estado. O lançamento oficial da ‘Campanha de enfrentamento ao Aedes aegypti no Maranhão’ foi feito na manhã dessa sexta-feira (8), no auditório do Palácio Henrique de La Rocque. O evento foi, ainda, um encontro de articulação para fortalecimento de ações de combate a esse vetor e reuniu o governo federal e estadual, autoridades políticas e representantes municipais para discutir a grave situação da saúde pública do país devido à proliferação do mosquito.
“Essa mobilização só terá utilidade se cada um voltar para os seus municípios e colocar em prática todas as ações de combate que foram apresentadas aqui. O governo Flávio Dino tem se colocado como parceiro dessa luta para fornecer estrutura e acompanhar se, de fato, as medidas têm sido praticadas”, ressaltou o governador em exercício, Carlos Brandão, durante o lançamento oficial da campanha.
O ministro da Saúde, Marcelo Costa, ressaltou que todos os gestores públicos e a população precisam unir esforços e as ferramentas necessárias para combater e destruir os criadouros do mosquito. “Só tem uma maneira de combater o mosquito, não deixando ele nascer. E isso se faz acabando com os criadouros. Portanto, é uma luta conjunta e de interesse de todos”, afirmou o ministro da Saúde, resumindo a principal maneira de acabar com o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.
A necessidade desse fortalecimento das ações se dá, principalmente, pelo aumento da ocorrência de casos de microcefalia, que no Brasil aponta para 3.174 confirmados e no Maranhão 105 casos. Participaram da solenidade o governador em exercício do Estado, Carlos Brandão; o ministro da Saúde, Marcelo Costa; o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco; o senador da república Roberto Rocha; o presidente em exercício da Funasa, Arnaldo Melo; a secretária municipal de Saúde, Helena Duailibe; o presidente do Cosems, Vinicius Araujo; e a promotora da saúde, Glória Mafra.
Foi apresentado aos prefeitos e secretários municipais de saúde do Estado, o ‘Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia’, pelo Coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho e o ‘Plano Estadual de enfrentamento ao Aedes’, pelo secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco.
A meta do MS é reduzir o índice de infestação por Aedes Aegypti para menos que 1% nos municípios brasileiros, para diminuir o número de casos de doenças transmitidas pelo mosquito. Para monitoramento dessa ação, está sendo instalada a Sala Nacional de Coordenação e Controle, as salas Estaduais e Municipais, além das 18 já em funcionamento e ações integradas entre Saúde, Educação, Assistência Social, Defesa Civil, Forças Armadas, outros órgãos convidados e sociedade civil.
No plano também está a intensificação da campanha entre janeiro e junho de 2016. Inspeção de todos os domicílios e instalações públicas e privadas urbanas e aumento das visitas de controle do mosquito com inspeções mensais até fevereiro e bimestrais a partir de março.
Em 2015 foram notificados 7.662 casos de dengue no Maranhão, sendo 2.143 em São Luís, com dez óbitos confirmados. As cidades mais endêmicas do Estado foram Campestre do Maranhão, Presidente Médici, Bequimão, Senador Alexandre Costa, Turilândia, Barra do Corda, Nova Olinda do Maranhão, Paraibano, Peri Mirim, Pinheiro, Buriti Bravo e Buriticupu.
Em relação ao chikungunya, foram 230 casos notificados e 29 casos confirmados. O zika vírus teve 3.070 casos suspeitos, porém somente seis confirmados com sorologia, atendendo recomendação do Ministério da Saúde. Apenas um óbito foi registrado. O Guillan Barré teve 33 casos, sendo 13 casos com vínculo epidemiológico. O Estado registrou, também, 105 novos casos de microcefalia, até a primeira semana de 2016.
“Esse é o inimigo número um do nosso estado. Temos um surto quando há um aumento significativo de casos esperados. Apesar de não termos epidemia no Maranhão, os números de casos das doenças transmitidas pelo mosquito aumentaram, por isso não podemos baixar a guarda. Usaremos todos os recursos disponíveis para controlar o nascimento do mosquito, começando em casa”, considerou o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco.
Foi destacado durante a reunião o papel dos Agentes Comunitário de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate a Endemias (ACE). Atualmente, o Estado possui 15.800 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e 5.400 Agentes Comunitários de Endemias (ECE), totalizando 21.200 profissionais envolvidos diretamente no combate a proliferação do mosquito.
O problema do Aedes Aegypti é complexo, grave e progressivo, segundo o secretário de Saúde, exigindo, assim, soluções múltiplas, e, portanto, a solução não virá apenas do poder público. “Acreditamos que iremos obter maiores resultados por meio de uma postura agressiva e institucionalmente articulada entre união, estado e município, de maneira tal que possamos dar uma resposta para a população de que somos capazes de controlar essa praga urbana”, ressaltou Marcos Pacheco.
“Os 3.174 casos de microcefalia no Brasil, não são apenas números, são vidas. É uma geração de crianças que irão nascer e serão sempre dependentes de seus pais, e tudo começa pela picada do mosquito que causa o Zika vírus. É preciso a conscientização da população para entender a gravidade desse caso de saúde pública, de forma que cada um faça a sua parte. Nenhum plano dará certo se a sociedade não se mobilizar”, pontuou o ministro da Saúde, Marcelo Costa.
Comitê Interinstitucional de Combate ao Aedes aegypti
Como parte das ações estratégicas, já na tarde dessa sexta-feira (8), foi assinado, no Salão de Atos do Palácio dos Leões, o decreto que institui a criação do ‘Comitê Interinstitucional de Combate ao Mosquito’, composto por titular e suplente.
A criação do comitê é um desdobramento do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia – que tem como eixo a mobilização e combate ao mosquito, atendimento às pessoas e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa.
Fazem parte do comitê, representantes do Governo do Estado, por meio das pastas da Saúde, Educação, Meio Ambiente e Recursos Naturais, Planejamento, Casa Civil, Cultura, Segurança, Cidades e Desenvolvimento Urbano, Diretos Humanos e Participação Popular, e Desenvolvimento Social; Secretarias Municipais de Saúde, Educação e de Obras e Serviços Públicos de São Luís e da região metropolitana; o Ministério Público e a Promotoria da Saúde, Defesa Civil, Forças Armadas, Conselho Regional de Medicina (CRM/MA), Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MA), 24º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Associação Maranhense de Supermercados (Amma), Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo (Fecomércio/MA), Força Sindical/MA, Fundação Nacional de Saúde (Funasa/MA), Central Única dos Trabalhadores no Maranhão (CUT) e Universidade Federal do Maranhão (Ufma), entre outros órgãos da sociedade civil.
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