Famílias acampadas pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reuniram-se nessa terça-feira (17) com uma equipe da Superintendência Regional do Incra no Maranhão para discutir uma extensa pauta de reivindicações. A reunião aconteceu na Unidade Avançada do Incra no município de Imperatriz, distante 610 km da capital.
A Unidade Avançada do Incra em Imperatriz foi ocupada na segunda-feira (16) por cerca de 300 trabalhadores rurais de vários municípios localizados na Região Tocantina. A ocupação e a reunião foram motivadas pelas mobilizações que estão sendo realizadas em todos os estados por conta da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, relembrando os 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no Pará.
Além das lideranças dos trabalhadores, participaram da reunião o superintendente regional do Incra-MA, José Inácio Rodrigues; o chefe da Unidade Avançada do Incra em Imperatriz, Clovis Carvalho; a procuradora federal, Virginia Portela; o chefe substituto da Divisão de Obtenção de Terras, Joel Nunes e a técnica do Programa Terra Legal, Paula Francinete de Araújo.
Pautas
Pela manhã as demandas voltadas aos acampamentos Lote Sete; Irmã Dorothy; Salete Moreno; Cipó Cortado; João do Vale; São Manoel e Ponta da Serra foram discutidas uma a uma para que ambos (Incra e os Trabalhadores) chegassem a um entendimento satisfatório.
Com relação aos acampamentos, o superintendente regional do Incra-MA, José Inácio Rodrigues, informou que a demora na imissão de posse para posterior criação dos assentamentos se dá em grande parte por conta dos entraves judiciais. “A Região Tocantina é uma das regiões que mais judicializa os conflitos, deixando o Incra impedido de realizar as ações de reforma agrária”, explicou.
Infraestrutura
No período da tarde foi a vez dos assentamentos entrarem na pauta. Solicitações de poços artesianos; construção e recuperação de estradas; aplicação de créditos e celebração de convênios para a execução das obras de infraestrutura foram discutidos.
Para o membro da Coordenação Estadual do MST, Elias Araújo, é necessário que a Superintendência dê mais celeridade na aplicação dos créditos e inclusive inicie a aplicação do crédito apoio mulher e fomento. “O Maranhão é um estado com um grande volume de recurso depositado nas contas das associações, porém muitas delas encontram-se com pendências na prestação de contas dificultando o acesso a novos créditos”, afirmou. (ASCOM)
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