Açailândia - As 350 famílias do Pequiá saem em protesto hoje (07) em razão da última decisão do Tribunal de Justiça que suspendeu provisoriamente a desapropriação do terreno escolhido para abrigar as famílias, alegando ter na área 50 cabeças de gado.
A partir das 8h, cerca de dois mil manifestantes saem do Pequiá rumando à Prefeitura Municipal de Açailândia e ao Fórum da cidade. Na ocasião, será entregue à população e autoridades do município um panfleto com as reivindicações dos moradores.
“A ideia é fazer uma grande marcha, pois não aguentamos mais ver nossos moradores adoecendo e morrendo, precisamos urgentemente que o Tribunal de Justiça resolva nosso caso e nos dê direito de uma moradia digna”, explica o senhor Willian Pereira de Melo, residente há 30 anos no local.

Histórico

A história do Pequiá de Baixo, localizado às margens da BR-222 – Km 14,5, surgido em 1970, começou a mudar com o Grande Projeto dos Carajás, implantado na década de 1980, na construção de um grande polo siderúrgico instalado de um lado e a Estrada de Ferro de Carajás do outro. Desde então, cerca de 350 famílias lutam por uma moradia digna.
Pesquisas realizadas em 55% dos domicílios do Pequiá, pelo Centro de Referências em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Maranhão e do Núcleo de Estudos em Medicina Tropical da Pré-Amazônia, revelam que 41,1% da população queixam-se de doenças nos pulmões e na pele.
Manifestações ligadas ao aparelho respiratório (tosse, falta de ar e chiado no peito) foram queixas encontradas em todas as faixas etárias, inclusive com boa intensidade em menores de 9 anos de idade.
A cefaleia (dor de cabeça constante) foi encontrada em 61,2% dos pacientes, além da incidência de alergia, acometendo as vias aéreas superiores e olhos (coriza e lacrimejamento) foram encontradas em 61,2% dos pacientes.
Os pesquisadores creditam essas doenças à alta poluição causada pelas cinco siderúrgicas com fumaça e dejetos depositados no solo e na água da comunidade. (Assessoria)