Depois de passarem 1 dia e meio na estrada, rumo à capital federal, Brasília, as Margaridas maranhenses, distribuídas em 35 ônibus, cheias de energia e disposição chegaram na manhã do último dia 11 (terça-feira), para se juntarem a outras milhares de margaridas decididas de todo o Brasil - na concentração do Estádio Mané Garrincha -, para juntas marcharem rumo ao Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade, além de pedirem um basta da violência contra a mulher.
As atividades do evento realizado pela Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Federações e Sindicatos, começaram logo nas primeiras horas do dia, contando com Conferências, oficinas temáticas e a esperada abertura oficial – a noite - o qual contou com a participação do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Uma abertura ao som de muitas palmas, gritos e louvação das mulheres do campo, da floresta e das águas, ao presidente que mais fez história no país.
O ex-presidente, em sua fala, lembrou como era o país há 12 anos. O classificou como país dividido entre os que tinham fome e os que comiam, os que tinham terra e os que não tinham. Exaltou ainda a dignidade das mulheres, que, para ele, com as suas forças, são peças fundamentais que vêm construindo a história do país.
Lula levou à memória das milhares de margaridas presentes, como os ricos e os donos do poder olhavam, outrora, os pobres e a população nordestina.
“Eles estavam acostumados a saber que o pobre quando nascia só tinha um destino, no máximo ter um diploma primário e, se tivesse um diploma primário, ia trabalhar de pedreiro em São Paulo. Eles não sabiam que o povo do Nordeste não era burro. Eles só estavam precisando de comida e oportunidade”.
Lula ainda fez questão de deixar todas e todos ouriçados, ao afirmar que está se preparando para voltar a viajar pelo país. “Estou preparando o meu caminho para voltar a viajar por esse país. Eu quero ver os nossos adversários pensarem no país como nós queremos”, disparou.
A marcha das Margaridas é um evento que vem mudando a realidade de milhares de trabalhadoras rurais, de todos os cantos do Brasil. São mulheres que decidiram não baixar a cabeça e se dispuseram a estarem nas grandes trincheiras de luta, todos os dias, para conquistar o que lhes cabem, como políticas públicas de desenvolvimento social, econômico, espaço da mulher nas grandes rodadas de negociações que envolvem a categoria, denunciar abusos e violência contra a mulher, entre outros.
Para a trabalhadora rural maranhense do Sindicato de Trabalhadoras Rurais do município de Paço do Lumiar, Maria Ednar Rodrigues, a Marcha, em toda a sua totalidade, tem sido responsável por dar resultados quase que imediatos a uma categoria que é colocada como uma das que tem menos visibilidade no país. A trabalhadora defendeu ainda a continuação das mulheres estarem unidas e organizadas, para que mais espaços a elas possam ser conquistados.
“Nós, mais do que ninguém, sabemos da nossa importância e da necessidade do nosso trabalho para a sociedade. Por isso precisamos estar assim, organizadas e em luta para que mais conquistas e mais direitos possam ser assegurados a cada uma de nós. Ter a oportunidade de vir à Brasília e me juntar a milhares de outras trabalhadoras rurais me enche de emoção, pois estamos sendo responsáveis por mudar a realidade das mulheres do campo de todo o Brasil. E é assim que precisamos e devemos continuar, juntas, para que mais espaços sejam conquistados por nós”, emocionou-se. (Assessoria)
Publicado em Regional na Edição Nº 15384
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