Professor Fábio Sales, do Ifma, coordenou a pesquisa

Pesquisadores do Maranhão conseguiram diminuir o tempo de germinação da semente de alface, usando um campo magnético. Da forma tradicional, a planta começa a brotar em quatro dias depois de plantada. Mas a influência magnética reduz para dois dias o início da germinação. O método inovador foi apresentado na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até esta sexta-feira (15), em Goiânia.
O estudo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), órgão vinculado a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (Sectec), que participa da SBPC com um estande montado no campus da Universidade Federal de Goiânia.
O método pode tornar a produção de alimentos mais rápido e eficaz, inclusive de sementes que possuem longo tempo de germinação, como as do babaçu e pinhão manso. As experiências foram coordenadas pelo pesquisador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma), Fábio Sales, e realizadas com a participação de alunos do ensino médio e da graduação.
Para os testes, foram reaproveitados imãs de um alto-falante. Durante 48 horas, a água utilizada para irrigação das sementes foi colocada em repouso sobre esse campo magnético. “O campo facilita o fluxo da seiva, dos nutrientes, e assim chega mais rapidamente à semente”, explica Fábio Sales. As plantas tratadas magneticamente desenvolvem caules e folhas com maiores dimensões.
Os pesquisadores monitoram diariamente o experimento, ao mesmo tempo em que acompanham o grupo controle, formado por sementes que não passaram pelo tratamento magnético. Segundo Fábio Sales, a técnica não causa danos ao vegetal. “Muitas propriedades melhoram. A tendência é que essas plantas cresçam mais viçosas”, destacou.
O campo magnético modifica a estrutura interna da água, colocando mais cargas elétricas ao redor das pontes de hidrogênio e oxigênio, que compõem o líquido. Isso favorece, segundo o pesquisador, a absorção de água e nutrientes pela semente.
Em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Ufrn) e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco (Facepe), os pesquisadores do Maranhão irão realizar investigações microscópicas, para entender os mecanismos que tornam a germinação das sementes de alface mais rápida.

Produção científica e cultura
Além da pesquisa envolvendo germinação da semente de alface, mais 188 trabalhos de instituições de ensino superior do Maranhão serão apresentados durante a SBPC, sendo 125 da Universidade Federal do Maranhão, 20 da Universidade Estadual do Maranhão, 16 do Instituto Federal do Maranhão e mais 18 de faculdades particulares.
Boa parte dessas pesquisas têm o apoio da Fapema que está com estande montado na no Pavilhão 3 da ExpoT&C, um dos eventos da SBPC. No estande, os visitantes têm a oportunidade de conhecer a produção científica de pesquisadores maranhenses e a cultura, arquitetura, belezas natural e culinária do estado.
No local estão expostas revistas, folders, livros e outros itens que apresentam o Maranhão e todas suas riquezas, além de apresentação de vídeos e documentários sobre São Luís. Com essa iniciativa a FAPEMA espera atrair para São Luís um maior número de participantes para a SBPC 2012, que será realizada na Universidade Federal do Maranhão. A reunião é um dos mais importantes eventos científicos do Brasil. (Elizete Silva)