São Luís - O setor pecuário maranhense recebeu uma excelente notícia essa semana. Com o resultado da sorologia do rebanho que comprovou que não há circulação do vírus da aftosa no estado, o Maranhão venceu a última etapa da classificação de Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação.
O estado aguarda, agora, a conclusão da sorologia nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Alagoas e Rio Grande do Norte, que fazem parte do projeto de Ampliação da Zona Livre de Febre Aftosa, desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Esse é um passo importantíssimo para que o Maranhão possa alcançar o novo status sanitário, previsto para maio de 2013 e que abrirá novos mercados para a nossa pecuária, de acordo com as normas sanitárias do Mapa”, explicou o secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), Cláudio Azevedo.
Ele fez questão de ressaltar a parceria com os criadores, a Federação dos Municípios (Famem), a Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema), a Associação de Criadores do Maranhão (Ascem) e o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec) e o apoio da Superintendência Federal da Agricultura. “Os funcionários da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), fizeram um excelente trabalho de combate à doença e esse resultado é fruto de todo o esforço desses técnicos”, elogiou Cláudio Azevedo.
Além da sorologia, que foi realizada em 10.800 animais de cerca de 400 propriedades rurais sorteadas pelo Mapa, uma série de resultados positivos alcançados pelo Maranhão contribui para a avaliação do ministério, que irá classificar nacionalmente o estado como zona livre. O reconhecimento internacional está previsto para maio de 2014, após análise do pleito do Mapa junto a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Cláudio Azevedo explicou que o Maranhão deve receber, em meados do mês de outubro de 2013, uma comitiva de técnicos da OMS que irão avaliar os serviços prestados pela Aged-MA, assim como fez o Mapa em auditoria realizada em todos os estados que estão pleiteando a nova classificação.
Na primeira auditoria realizada pelo Governo Federal, o estado obteve a maior nota entre as federações fiscalizadas, cumprindo 89% dos 28 itens avaliados pelo Ministério. Na segunda auditoria, o Maranhão destacou-se outra vez e foi o único estado a alcançar 100% de satisfação nos 27 itens avaliados.
Cláudio Azevedo explicou que o apoio da governadora Roseana Sarney foi fundamental para os resultados e lembrou que a chefe do poder Executivo estadual aprovou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) para profissionais que realizam atividades agropecuárias no estado do Maranhão, beneficiando cerca de 320 servidores da Aged-MA com um dos melhores salários pagos do Brasil.
Outro resultado positivo foi o registro do maior índice de cobertura vacinal contra a febre aftosa alcançado nas duas últimas campanhas, que imunizou 97% do rebanho maranhense.
Campanha - Atualmente, o estado está realizando a II etapa da campanha de vacinação. De acordo com o calendário do Mapa devem ser realizadas duas vacinações ao ano e os criadores têm até o dia 30 de dezembro para vacinar seus animais e comprovar a vacinação nos escritórios da Aged-MA, até o dia 20 de janeiro.
Segundo Fernando Lima, diretor geral da Aged-MA, órgão vinculado à Sagrima, o momento é de unir forças para que o estado alcance esse objetivo. “Quero pedir a todos os criadores que não deixem de vacinar seu rebanho. O Maranhão está perto de conseguir a classificação de zona livre de febre aftosa com vacinação e isso trará, a curto prazo, novas empresas que irão operar em todo estado, tendo em vista a logística que o Maranhão possui”, avaliou.
O diretor falou também dos índices de vacinação. “Os resultados das parciais estão dentro da realidade do momento em que o Nordeste está passando com a estiagem, mas é necessário superar as dificuldades de manejo e fazer a vacinação”, concluiu o diretor.
A segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que começou dia 1º de novembro e que deveria ter finalizado no dia 30 de novembro, foi prorrogada em função do problema da estiagem nas áreas de produção, nas regiões Central, Leste e Médio Mearim.
Caso o criador não vacine seu gado no prazo estipulado pela Aged, ele será multado em R$ 200,00 e mais R$ 5,00 por animal não imunizado. O criador que vacinar e não comprovar a vacinação também paga multa no valor de R$ 200,00.
Comemoração - O presidente da Associação dos Criadores do Maranhão (Ascem), José Assub Neto, ressaltou a forte parceria com o Governo do Estado, por meio da Aged-MA e Sagrima. “Temos que comemorar este momento de resultados positivos. A parceria com a Aged e Sagrima tem sido muito proveitosa. A Aged é uma parceira sempre. Também não posso deixar de falar do Fundepec, que desburocratizou todo o sistema e isso facilitou muito nosso trabalho”, elogiou Assub Neto.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema), José Hilton Coelho de Sousa, também falou das parcerias e dos bons resultados que o estado vem alcançando nas últimas campanhas. “Esta é uma parceria de sucesso ao longo dessas campanhas. Com um trabalho árduo, competente e sério, capitaneado pelo governo do estado, foi muito importante para se chegar a essa etapa”, afirmou.
Sabino Costa, presidente do Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), lembrou que, além de abrir espaço para a exportação da carne, a classificação de zona livre de febre aftosa com vacinação vai permitir maior participação de animais de elite nas feiras agropecuárias maranhenses. “O resultado da sorologia é um fato da maior relevância porque a aftosa é uma barreira econômica e os animais vindos de outros estados que estão livres da doença participam das nossas feiras, mas têm que passar por uma quarentena antes de retornar ao seu estado de origem, o que acarreta muito custo para o expositor”, explicou.
Com um rebanho de aproximadamente 7,3 milhões de bovinos e bubalinos e100 mil propriedades rurais, o Maranhão é classificado, desde dezembro de 2004, como Zona de Médio Risco da Febre Aftosa. O último foco da doença no estado foi registrado no ano de 2011.
Publicado em Regional na Edição Nº 14587
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