O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado semana passada, mostrou que a produção de soja, mais uma vez, se destaca na safra maranhense de grãos 2013/2014, que prevê uma colheita de 3,7 milhões de toneladas de arroz, milho, feijão, soja e algodão. Nos últimos 10 anos, o aumento da produção de soja mais que dobrou no Maranhão. Em 2003/2004 foram colhidas 750 mil toneladas do grão, que para a safra deste ano, prevê uma colheita de 1,8 milhão de toneladas.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, acredita que o aumento deve-se, também, à abertura de novas fronteiras agrícolas no estado e aos investimentos que o governo estadual está fazendo no setor produtivo. “Hoje, além das regiões Sul e do Baixo Parnaíba, que já tem uma agricultura consolidada, vemos o aumento do plantio de soja em outros municípios maranhenses, como é o caso de Grajaú e Buriticupu”, informou Cláudio Azevedo.
Em relação à área plantada, há 10 anos os plantios de soja ocupavam uma área de 305 mil hectares no Maranhão, com uma produtividade média de colheita de 2.459 quilos por hectare. Atualmente essa produtividade atinge 2.971 quilos, numa área de plantio estimada em 621.200 hectares.
Em Grajaú, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Aquicultura e Pesca, Antônio Carlos Araújo Almeida, informou que, em 2012, existiam cerca de 4 mil hectares de plantio de soja e que este ano a estimativa é de que sejam ocupados 7 mil hectares com o plantio do grão. “A estimativa de colheita no nosso município é de 21 mil toneladas de soja”, informou ele.
O preço razoável das terras, o baixo custo para abertura das áreas de plantio por causa da topografia plana e a distância de apenas 150 quilômetros de Porto Franco, por onde passa a ferrovia que traz a soja para o Porto do Itaqui, foram apontados pelo secretário municipal de Grajaú, como os principais motivos dos produtores investirem no plantio de soja. “Estas facilidades tornam o investimento economicamente viável”, avalia Antônio Almeida.
No município de Buriticupu, o secretário de Agricultura, Abastecimento e Pecuária, Antônio Sousa, informou que, no ano passado, foi feito um plantio experimental de 200 hectares de soja. “O resultado foi muito bom e o produtor pretende ampliar a área para 1.000 hectares. Um outro produtor já me informou que deve investir também no plantio de soja numa área de 1.000 hectares”, contou o secretário, dizendo que muitos produtores estão buscando informações sobre o fornecimento de máquinas agrícolas e insumos utilizados no plantio do grão.
Baixo Parnaíba - Na região do Baixo Parnaíba, a previsão é de que o plantio ocupará uma área de aproximadamente 73 mil hectares, com uma previsão de colheita de 225 mil toneladas de soja. “Os produtores da região iniciaram o plantio no final do mês de dezembro e eles estão muito otimistas com a chuva mais contínua que aconteceu essa semana”, informou o secretário executivo da Associação dos Produtores de Soja do Meio Norte (Aprosoja), Sérgio Delmiro.
Cláudio Azevedo ressaltou que a produção de soja na região está ajudando a trazer mais desenvolvimento econômico e social para o estado, pois a soja é exportada para os mercados chinês e europeu e o farelo é comercializado localmente. “Cerca de 1.340 empregos diretos são gerados em períodos de plantio e colheita”, informou o secretário.
Os municípios produtores de soja da região do Baixo Parnaíba são: Chapadinha, Anapurus, Mata Roma, Brejo, Buriti, Santa Quitéria do Maranhão e Urbano Santos, Milagres, São Benedito, São Bernardo e Magalhães de Almeida.
Publicado em Regional na Edição Nº 14903
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