Os jornalistas José Louzeiro e André Di Ceni vão escrever um livro reunindo histórias de detentos de várias regiões do país, com depoimentos de ex-apenados maranhenses reintegrados à sociedade por meio do programa Começar de Novo. A iniciativa foi anunciada pelos autores da obra, em reunião no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), com os desembargadores Froz Sobrinho, presidente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, e Lourival Serejo.
A obra irá retratar também as metodologias de trabalho empregadas na realização dos mutirões carcerários no país e a opinião de seus agentes. Segundo os jornalistas, a ideia do livro partiu de uma sugestão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em 2010.
“Vamos contar as experiências de pessoas que já foram beneficiadas com os mutirões, como foram suas vidas durante o encarceramento, e depois com a chance da ressocialização. Vamos ouvir ainda os relatos das pessoas envolvidas no processo de realização dos mutirões, desembargadores, juízes, servidores, entre outros”, explicou Di Ceni.
Participação - Para a elaboração da obra, o desembargador Froz Sobrinho assegurou que todas as informações necessárias acerca dos três mutirões carcerários promovidos no Estado serão disponibilizadas. “Contribuiremos no que for necessário, pois é um livro especial, que vai inaugurar no Brasil a cultura literária que envolve o direito dos presos, sendo um canal de repercussão nacional em torno dos mutirões carcerários”, disse.
O jornalista e cineasta maranhense José Louzeiro informou que já esteve no Ceará, coletando dados sobre os mutirões realizados pelo Tribunal de Justiça daquele estado. Ele ressalta que a obra será construída coletivamente.
“O livro será voltado para a sociologia do Direito Penal, considerando o respeito aos presos e a inteligência da aplicação das penas. Será uma ressalva forte das ações positivas do Judiciário e servirá de alerta diante das injustiças cometidas com a população carcerária”, explica.
Mutirão - O Mutirão Carcerário do Maranhão foi uma das práticas vencedoras da sexta edição do Prêmio Innovare de 2009, cujo tema nacional foi “Justiça rápida e eficaz”.
Os mutirões têm o objetivo de revisar prisões, supervisionar o funcionamento da justiça criminal e possibilitar a implantação do Projeto Começar de Novo, voltado à ressocialização e recolocação de presos e egressos no mercado de trabalho. As oportunidades são oferecidas por meio do Portal de Oportunidades, disponível na página do CNJ na internet: www.cnj.jus.br. (Andréa Colins - Asscom/TJMA)
Publicado em Regional na Edição Nº 14458
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