Agência Brasil

A Justiça Federal no Pará afastou do cargo a procuradora jurídica, um diretor e a secretária de Fazenda do município de Tucuruí, a 450 quilômetros de Belém, acusados de desviar R$ 38 milhões em verbas da prefeitura.
As investigações do Ministério Público Federal (MPF) indicam que os três assinaram um contrato com uma empresa de fachada para locação de caminhões e maquinário. Segundo os investigadores, a empresa foi contratada em 2010 pela prefeitura e desde então foram assinados quatro termos aditivos ao contrato.
“A prefeitura efetuou o pagamento dos valores para uma empresa que não existe, que não tem maquinário, para prestar serviços de caso de terraplanagem e asfaltamento, entre outros”, disse o procurador da República Luiz Eduardo Smaniotto.
Para Smaniotto, o valor supostamente desviado é assustador. “A sensação de impunidade que assola os nossos gestores é tamanha que as prefeituras se tornam cada vez mais despreocupadas em proteger e acobertar os ilícitos”, afirmou.
A Promotoria chegou a pedir a prisão preventiva dos envolvidos, mas a Justiça entendeu que não há risco de fugirem e não deferiu o pedido. As investigações envolvendo o prefeito da cidade, Sancler Ferreira, foram remetidas ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, por causa do foro privilegiado.
“O próximo passo da investigação é buscar o rastreamento dos recursos, além dos novos pedidos de medidas cautelares. Provavelmente, os valores foram pagos em dinheiro, porque não ficam em contas. São investidos em imóveis e viagens”, finalizou o procurador.
Procurada, a prefeitura de Tucuruí não atendeu aos telefonemas das Agencia Brasil.