O corregedor-geral da Justiça, desembargador Antonio Guerreiro Júnior, recebeu cumprimentos do juiz David Mourão Guimarães de Morais Meneses por fiscalizar a residência dos magistrados de 1º grau na comarca de trabalho. David Mourão foi titularizado em Passagem Franca, em janeiro de 2011, onde mora com a esposa e dois filhos.
Natural de Teresina, o juiz conta que para morar em Passagem Franca abriu mão da convivência com parentes e amigos, e de todo o conforto que capital piauiense proporcionava a ele e sua família. “Vivi em Teresina por toda a minha vida, até o dia em que iniciei o curso de preparação à magistratura, em São Luís. Na verdade, o exercício da magistratura é um sacerdócio”, diz.
David Mourão cita vantagens da magistratura, como os sessenta dias de férias por ano, prerrogativas da inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos e a vitaliciedade no cargo, conseguida após dois anos de estágio probatório.
Para o magistrado, as funções de um juiz vão além da simples prolatação de decisões e sentenças. Segundo ele, a presença na comarca possibilita maior aproximação com a realidade local e aumenta a credibilidade da comunidade no Poder Judiciário.
“Com qual respaldo um juiz denominado TQQ (que trabalha somente nas terças, quartas e quintas-feiras) poderá sentenciar a causa de um gestor público por prática de improbidade administrativa? Como esse juiz poderá exigir a presença do oficial de justiça plantonista na comarca durante feriados ou finais de semana?”, questiona.
Ele cita que em duas ocasiões foi procurado em casa por policiais militares, solicitando orientações sobre como proceder diante de situações específicas. “Em uma delas tive que decidir um pedido de prisão preventiva de um pai acusado de agredir fisicamente um bebê de apenas sete meses de vida”, recorda.
David Mourão enviou à Corregedoria a documentação comprobatória de que reside em Passagem Franca e o relatório de audiências realizadas no último trimestre, inclusive às segundas e sextas-feiras. As audiências ocorreram também em Buriti Bravo, quando respondeu pela comarca. (Michael Mesquita-Asscom/CGJ)