A produção de industrializados fez com que a indústria fosse um dos setores que contribuiu para melhorar de forma significativa os índices do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Maranhão, registrando aumento de 2,2 p.p. de variação na participação da indústria no PIB (entre 2010 e 2013), último dado disponível para o levantamento estadual. Esse resultado implica que a indústria detêm 19% da participação no PIB, e registra um aumento do setor produtivo na economia local. Os dados integram o estudo Perfil da Indústria nos Estados, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dados do Maranhão, que foi o único estado do Nordeste com saldo positivo e o sétimo no ranking nacional, divergem da perda de participação da indústria no PIB que se propaga pela economia de quase todos os estados brasileiros, a reboque da perda de competitividade do setor no cenário nacional.
De 2010 a 2013, 23 unidades da Federação sofreram retração da indústria na composição do PIB estadual. Em 11 estados, o decréscimo na participação da indústria no PIB no período foi igual ou ainda maior que a média nacional - a contribuição da indústria para o PIB brasileiro caiu 2,5 pontos percentuais, passando de 27,4% para 24,9% (indústria de transformação, extrativa, construção e Serviços Industriais de Utilidade Pública).
“Apesar da crise nacional, o Maranhão não sofreu tanto nesse período e teve o segundo melhor resultado em todo o Brasil. Esse índice se deve a implantação de indústrias na área de energia e papel/celulose. Fruto da confiança do empresariado, que impulsiona o investimento e melhora o ambiente de negócios e a competitividade”, destaca o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Edilson Baldez das Neves.
Segundo o levantamento, a maior retração foi sentida pela Bahia. A indústria reduziu sua participação no PIB do estado em 6,6 pontos percentuais. Em seguida vêm Amazonas (5,7 p.p.), Tocantins (4,3 p.p.) e São Paulo (4,2 p.p.). São Paulo também perdeu espaço na composição nacional da produção industrial. O estado, que em 2010 era responsável por 32,1% de todos os produtos industrializados fabricados no Brasil, teve a participação reduzida para 28,6% em 2013.
“É um quadro preocupante que reforça a urgência da adoção de medidas capazes de resgatar a confiança do empresariado. Isso só será alcançado com as reformas trabalhista, tributária e administrativa”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Além do Maranhão, os estados do Amapá, Espírito Santo e Rio de Janeiro ganharam importância em suas respectivas economias, com a produção de industrializados registrando aumento de participação na economia local.
As informações do estudo realizado pela CNI mostram que das 27 unidades da federação, 19 têm um setor industrial considerado concentrado ou muito concentrado. No Maranhão, o concentrado dos setores representam 86,1% da indústria do estado, sendo divididos em 46,3% da Construção, 15,2% de Serviços industriais de utilidade pública, 9,6% da Metalurgia, 8,4% de Bebidas e 6,6% de Alimentos. O mais concentrado no Brasil é Roraima, onde os quatro principais setores respondem por 93,5% do produto industrial do estado. No outro extremo, Santa Catarina é a mais diversificada, com os quatro produtos respondendo por 47,9% da pauta. Na média do país, os quatro produtos mais importantes respondem por 50,3% do produto industrial nacional.
PERFIL - O estudo é apresentado por meio de uma ferramenta interativa que reúne informações atualizadas sobre o PIB, emprego e renda, arrecadação de impostos, exportações, tarifa de energia elétrica e educação nos estados brasileiros. “A ferramenta mostra a diversidade da indústria brasileira na comparação entre os estados. Há diferenças significativas tanto em termos da importância da indústria para a economia local e sua contribuição para o produto industrial brasileiro, como em termos do grau de diversificação da indústria e do seu desenvolvimento”, afirma o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
PERFIL DA INDÚSTRIA / MARANHÃO
* PIB industrial: R$ 11,4 bilhões
* Participação no PIB industrial nacional: 1%
* Variação da participação no PIB industrial nacional (entre 2010 e 2013): aumento de 0,2 p.p.
* Número de trabalhadores: 105.506
* Participação da indústria no PIB do estado: 19%
* Variação na participação da indústria no PIB do estado (entre 2010 e 2013): alta de 2,2 p.p.
* Principais setores: Construção (46,3%), serviços industriais de utilidade pública (15,2%), metalurgia (9,6%)
* Exportação do setor: US$ 2,125 bilhões em 2015
* Salário médio: R$ 1.805,30 (20,2% abaixo da média nacional)
* Curiosidade: A tarifa de energia média para consumidores industriais é de R$ 474,40/MWh, a segunda maior da região Nordeste, atrás apenas da tarifa média praticada no Piauí (R$ 505,00/MWh)
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