Com 20 anos no mercado de usinagem, tornearia e solda, o empresário Daniel Feitosa passou de aprendiz a dono do seu próprio negócio - Divulgação
O jovem Adão de Sousa antes de concluir curso técnico conseguiu colocação no mercado e hoje lidera equipe de 15 pessoas na principal indústria de Açailândia - Divulgação

"Eu sempre quis empreender e vi no curso técnico a oportunidade de abrir meu próprio negócio. Hoje tenho uma equipe com 12 pessoas, que também possuem formação técnica, pois considero um passo importante por agregar muito à carreira". A frase é do empresário Daniel Feitosa que viu sua história mudar após concluir formação técnica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MA).
Morador de Açailândia, cidade do interior do estado com forte polo industrial, Daniel concluiu o curso técnico Técnico em torneiro mecânico, em 1989. Aos 17 anos, adquiria a profissão na qual atua até hoje, e que lhe abriu as portas para o empreendedorismo. Com 20 anos no mercado de usinagem, tornearia e solda, passou de aprendiz a dono do seu próprio negócio. E hoje, sua indústria é referência na região oeste maranhense.
Por aliar teoria e prática, a educação profissional tem contribuído significativamente para melhoria dos índices de empregabilidade em todo país, assim como para o aumento da média salarial. Com formação rápida, menor investimento e maior chance de inserção imediata no mercado de trabalho, a educação técnica mostra-se como uma opção tanto para profissionais que buscam recolocação no mercado, desejam iniciar uma carreira ou empreender.
A possibilidade de adentrar no mercado e construir uma carreira foi uma das possibilidades visualizadas pelo jovem Adão de Sousa, que também mora em Açailândia. Ex-aluno de curso Técnico de Eletromecânica, hoje ele lidera uma equipe com 15 pessoas em uma das principais empresas no ramo siderúrgico no país. Adão conta que o curso técnico foi um dos passos mais acertados para garantir renda e evolução profissional.
 "Antes mesmo de concluir o curso já estava atuando na área. Fui acompanhando o meu gestor, até que ele saiu e eu assumi a responsabilidade pelo laboratório de qualidade. Sem o ensino técnico, provavelmente estaria inserido no setor de comércio. Acho válido sair do ensino médio com o técnico para se estabelecer como profissional, e posteriormente avaliar oportunidade de por uma graduação", avalia o chefe do laboratório de qualidade da Aço Verde do Brasil (AVB), Adão Sousa. 
Apesar da média salarial de muitas profissões técnicas superar as de níveis superior no país, com acréscimo na renda de 18%, em média, em relação a pessoas que concluíram apenas o ensino médio regular (RAIS, 2015), no Brasil a carreira técnica ainda sofre com preconceitos.
Destinado a pessoas que já concluíram ou que estejam cursando o ensino médio, o curso técnico é uma das modalidades da educação profissional com uma carga horária média de 1.200 horas (1 ano e seis meses). Ao concluir o aluno recebe um diploma e ganha uma profissão, podendo atuar no mercado de trabalho ou ainda empreender no setor industrial.
OPORTUNIDADES NA INDÚSTRIA- Dados do estudo sobre as tendências para o futuro do trabalho no Brasil realizado pelo SENAI 2019-2023, apontam para mais de 33 mil vagas abertas no setor industrial e um crescimento médio de 8,5% em empregos relacionados à indústria até 2023. As maiores taxas de crescimento de novos empregos serão para as áreas que tem a tecnologia como base.
O economista Fernando Babilônia, destaca que as expectativas para o setor industrial são positivas em 2020. "Com as taxas de juros baixa, inflação dentro da meta, há uma tendência de retomada dos investimentos industriais. Já se pode perceber alguns sinais de uma pequena retomada, através da utilização da capacidade instalada da indústria, que de acordo com a Confederação Nacional da Indústria foi de 78,1%, em agosto de 2019. Há, portanto, um espaço considerável para o setor crescer rapidamente sem a necessidade de fazer novos investimentos em um curto prazo", avalia.
De acordo com pesquisa de Acompanhamento de Egressos do SENAI, seis em cada dez ex-alunos de cursos técnicos formados em 2015, já estavam empregados em 2016. No Maranhão, os indicadores de empregabilidade apontam que a taxa de ocupação de egressos do ensino técnico no mercado de trabalho é de 59,7%, e a taxa de incremento na renda mensal chega a 120,6%.
"Em todo o Estado buscamos aprimorar as instalações físicas de nossas unidades, com investimentos em laboratórios e equipamentos de ponta, o que tem contribuído para a melhoria da formação técnica no Maranhão", explica o diretor regional do SENAI, Raimundo Arruda. "O nosso intuito é atender as demandas frequentes da indústria, por isso também temos inovado nas ofertas de cursos, com compromisso de formar mão de obra qualificada para diferentes setores industriais", complementa. (Coordenadoria de Comunicação e Eventos da FIEMA)