As exportações do couro fabricado no Maranhão bateram recorde no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
O couro produzido no estado teve um aumento de 74.1% em relação ao mesmo período de 2015, superando todos os estados brasileiros. O maior estado produtor do país, o Rio Grande do Sul, viu sua produção cair em 6.5%. São Paulo, segundo maior polo coureiro do Brasil, teve queda de 17.9%. Em números, o Maranhão foi o estado que mais alavancou as exportações do produto no período.
De janeiro a junho de 2015, o Maranhão exportou US$ 1.363.901 (Valor FOB). Já no mesmo período de 2016, as exportações somaram US$ 2.373.963 (Valor FOB), consolidando o estado como um dos melhores polos coureiros do norte-nordeste. Além disso, entre 2014 e 2016 houve um aumento nas exportações na ordem de 36.4%.
Entre os principais países compradores de couro em 2016 estão: China e Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Vietnã e Hungria.
Incentivos do Governo à indústria coureira
O estado é o 13º maior exportador de couro do país e o 4º maior do norte-nordeste. Visando fomentar ainda mais as exportações e qualificar a mão-de-obra, o Governo, por meio das Secretarias de Estado da Indústria e Comércio (Seinc) e Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com o Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e Peles (SindiCouros), inauguraram, em julho deste ano, a primeira escola industrial de couros. Além disso, as indústrias contam com os incentivos fiscais do programa ‘Mais Empresas’ e ‘Maranhão Mais Produtivo’.
Localizada no município de Ribeirãozinho, a escola funciona em dois turnos, oferecendo capacitação técnica na área e fomentando o desenvolvimento econômico da região por meio dos arranjos produtivos locais, integrando, de forma direta, os alunos ao mercado de trabalho.
Para o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, o instituto educacional se soma a uma configuração do município, que é o único estado do Nordeste que possui quatro fábricas de couros. “Esse couro sai daqui e vai para fábricas como BMW, Kia, móveis de grife. A intenção é capacitar as pessoas e melhorar esse couro, para agregar valor ao couro do Maranhão e para que exportemos mais”, explicou.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e Peles (SindiCouros), Adão Gonçalves, os números históricos na exportação do couro são o reflexo dos investimentos feitos pelos produtores, que acreditaram no potencial do estado e, principalmente, pelos incentivos dados pelo Governo.
“Além dos incentivos fiscais que as indústrias de couro estão recebendo, por meio do ‘Mais Empresas’, a inauguração da primeira escola de curtimento de couro está incrementando a nossa produção, qualificando a mão de obra para que o Maranhão continue produzindo couro de qualidade e exportando ainda mais. A junção desses esforços está fazendo com que o Maranhão se firme, definitivamente, como um grande polo coureiro do país”, afirmou. (Danielle Calvet)
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