Por Lima Rodrigues, de Estreito

Descontraída, a presidente Dilma Rousseff chegou com quase meia hora de atraso ao local do evento onde foi realizada a cerimônia de inauguração da Hidrelétrica Estreito, na divisa do Maranhão com o Tocantins, que tem capacidade instalada de 1.087 MW, energia suficiente para abastecer uma cidade com quatro milhões de habitantes. Ela desembargou em Imperatriz e seguiu de helicóptero até o município de Estreito.
O evento contou com a presença do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney; do governador em exercício do Maranhão, Washington Luiz; do governador do Tocantins, Siqueira Campos, de ministros, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos da região, secretários e outras autoridades, além de diretores das empresas que integram o Consórcio Estreito Energia (Ceste).
De calça preta com uma blusa mesclada de preto, azul e cinza, a presidente Dilma Rousseff ouviu atentamente os discursos, nos quais autoridades e diretores do Ceste ressaltaram o empenho da então ministra de Minas e Energia para aprovar o projeto e depois seu total apoio como presidente da República. Ao iniciar seu discurso, ela cometeu uma pequena gafe ao referir-se a Washington Luiz como governador em exercício do Tocantins. E seguiu o discurso sem fazer a correção. A transcrição do pronunciamento estava até ontem à tarde no site do Palácio do Planalto com o mesmo erro.
“Estamos aqui hoje comemorando a inauguração deste empreendimento, após muito trabalho, empenho e teimosia de todos que participaram do projeto. Parabenizo o empenho de todos. Esta obra é muito importante para o Brasil. E desde quando eu era ministra de Minas e Energia, nós já tínhamos a convicção de que o Brasil deveria investir em energia elétrica, que é uma energia limpa e renovável, muito melhor que energia nuclear ou do que óleo diesel e carvão”, afirmou a presidente.

Repercussão

O governador do Tocantins, Siqueira Campos, elogiou as ações do governo federal para a construção da Hidrelétrica Estreito, mas aproveitou a oportunidade para cobrar mais investimentos na região. “O povo exalta a inauguração desta grande obra, mas precisamos da duplicação da BR-153, para evitar mortes e tragédias, da construção da hidrovia Araguaia-Tocantins e de outras hidrelétricas como Santa Izabel, no rio Araguaia, e Serra Quebrada, no rio Tocantins. E claro que a Hidrelétrica Estreito é importante para os estados do Tocantins e do Maranhão e para o país”, destacou o governador tocantinense.
Já o governador em exercício do Maranhão, Washington Luiz, que representou a governadora Roseana Sarney no evento (ela estava com uma crise de labirintite), destacou a importância do projeto e lembrou que, mesmo na construção, a obra já trouxe muitos benefícios. “A construção da hidrelétrica trouxe emprego e qualificação de mão de obra. Agradeço aqui, em nome da governadora, ao empenho das famílias que participaram desta grande obra”, afirmou o governador, destacando que “todo o processo de implantação do projeto da hidrelétrica obedece às normas do Programa de Aceleração do Crescimento – o PAC”.
Washington Luiz disse que a governadora Roseana Sarney acreditou no projeto Estreito e vem transformando o estado do Maranhão; elogiou o empenho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (que também não compareceu à inauguração devido a problema de saúde), e afirmou que a presidente Dilma Rousseff tem uma visão de desenvolvimento para o Brasil, por isso ela desenvolve ações para o crescimento econômico e social do país”.
O deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) afirmou que a inauguração da Hidrelétrica Estreito é de grande importância para o Maranhão e para o Brasil. “Energia hoje é vida e é progresso. Energia hoje faz a diferença nos grandes países. E nós precisamos exatamente desta energia. E nada melhor do que uma energia limpa. Parabéns ao Brasil, aos maranhenses e aos tocantinenses por esta grande obra neste importante rio Tocantins”, frisou.
Participaram da solenidade de inauguração da Hidrelétrica Estreito, entre outras autoridades, o secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que representou o ministro Edison Lobão; os ministros da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivela, e do Turismo, Gastão Vieira; o senador João Ribeiro (PR-TO), o secretário chefe da Casa  Cívil do Maranhão, Luiz Fernando; o secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Maurício Macedo. E ainda o presidente da GDF SUEZ-Brasil, Maurício Bahar; o presidente da GDF SUEZ Mundial, Gérard Mestrallet, e o presidente do Ceste, Carlos Castanho.
Assim que a cerimônia foi encerrada, a presidente Dilma Rousseff, o senador José Sarney e outras autoridades deixaram o local com destino a Imperatriz, de onde a presidente embarcou de volta para Brasília no início da tarde de ontem.