Uma vasta programação foi montada no Maranhão em alusão à Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O Governo do Estado iniciou as atividades com uma roda de conversa com o tema "Enfrentamento à violência contra as mulheres com recorte de etnia/raça e feminicídio das mulheres negras", no Centro de Ensino Y-Bacanga. Estas e outras atividades serão realizadas nos próximos dias.
Para a secretária adjunta da Secretaria de Estado Mulher, Susan Lucena, é importante fazer uma campanha preventiva de violência contra a mulher, como prevê a Lei Maria da Penha. Ela informou que uma das maneiras de combater a violência é com a conquista de espaço na sociedade e empoderamento das mulheres.
"A cada 12 segundos uma mulher é violentada no Brasil a média de estupro é de 500 mil por ano, convivemos com a subnotificação, os casos de feminicídio e de violência são registrados como homicídio ou lesão corporal, a média de registros é de 25%. Os números são maiores, precisamos notificar, registrar e combater essa violência", disse Susan Lucena.
O objetivo da campanha é estruturar uma estratégia conjunta para contribuir com o debate público sobre a violência contra as mulheres, além de aprofundar e debater o grau de crueldade em que vem ocorrendo os casos de violência contra as mulheres, dentre outras medidas.
"Essa campanha é importante para sensibilizar as pessoas de que é preciso combater a violência contra a mulher, ela é um mal que nos atinge cotidianamente e a gente precisa acabar com isso para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária", ressaltou Susan Lucena.
A delegada da Mulher, Kasumi Tanaka, falou sobre a importância de levar a discussão para as escolas. "Iniciamos a campanha dos 16 Dias de Ativismo nas escolas para levar a discussão da Política de Enfrentamento a Violência contra a Mulher. É preciso levar a informação para que as mulheres e homens que passam por esse tipo de situação consigam a partir desse conhecimento desconstruir uma vida de violência e consigam construir uma vida de igualdade de direitos", destacou a delegada.
A intenção é alcançar um grande público com a parceria de todos os organismos que fazem parte da rede de atendimento a mulher em situação de violência. Nos demais municípios, a programação da Carreta Mulher Maranhense e o Ônibus Lilás estão levando serviços e orientações sobre o tema.
A programação dos 16 Dias de Ativismo contará com uma ampla programação com palestras, painéis e caminhadas pelo fim da violência.
Sobre a campanha
A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma mobilização anual, organizada em parceria com organismos públicos e privados. Desde sua primeira edição, em 1991, já conquistou a adesão de cerca de 160 países.
Mundialmente, a Campanha é iniciada em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando pelo 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
No Brasil, os 16 Dias de Ativismo têm início a partir de 20 de novembro, com o Dia Nacional da Consciência Negra. A inclusão desta data considera a história da cultura negra no Brasil e, sobretudo, a tripla discriminação sofrida pela mulher negra, resultado da opressão de gênero, etnia e classe social.
Parceiros
No Maranhão, a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é realizada através do Governo do Maranhão, com a articulação da Secretaria de Estado da Mulher (Semu), Educação (Seduc) e de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).
Entre os parceiros estão a Câmara Técnica Estadual de Gestão e Monitoramento das Ações do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Vale, Plan, Prefeitura de São Luís, Fórum Nacional de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres (OPMs), Conselho Estadual da Mulher (CEM) e o Movimento de Mulheres Negras.
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