Deputado Marco Aurélio, secretário Carlos Lula e a subsecretária Karla Trindade

O Governo do Maranhão deverá inaugurar, este ano, novos hospitais em Santa Inês, Bacabal e Imperatriz. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Lula, durante entrevista a uma emissora de televisão de São Luís, na terça-feira (3). A medida faz parte de um projeto amplo de redimensionamento da saúde determinado pelo governador Flávio Dino, de forma a garantir serviços mais eficientes à população.
De acordo com o secretário Carlos Lula, o desafio é viabilizar novos serviços sem incrementos que causem grande impacto ao orçamento. Ele explicou que o aumento da transparência e controle no Governo do Estado contribuirão para que os resultados positivos continuem sendo alcançados. A Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh) foi destacada como importante nesse processo de reorganização de custos, principalmente após a Emserh assumir a administração de 27 unidades de saúde do Estado.
“Estamos fazendo uma inversão. Houve um modelo de administração que foi tentado por governos anteriores e que ficou comprovado que não dá certo, que é a privatização da administração da saúde. Antes, a SES repassava o dinheiro e fiscaliza o que as Organizações Sociais faziam e não cuidava da saúde propriamente. Esse caminho se revelou nefasto, pois não teve o resultado esperado na melhoria das condições de saúde da população, além de ter se mostrado excessivamente caro”, explicou o secretário Carlos Lula.
Somente com os três primeiros meses em que a Emserh incorporou a administração das unidades houve uma economia de R$ 10 milhões por mês. O secretário esclareceu que a partir dessa diferença, entre o que se gastava e o que se gasta hoje, é possível oferecer melhores serviços na área da saúde aos maranhenses. Além disso, agora, os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) estão abertos de forma clara e pública para a população.
Segundo o secretário, medidas que aumentem a economia dos custos existentes são importantes para o andamento dos demais projetos na área da saúde. “Gastamos hoje R$ 92 milhões por mês apenas com nossos hospitais. Precisamos economizar 20% dessa quantia para viabilizar os projetos que temos em andamento”, informou. Ele detalhou que por mês a SES recebe da União R$ 16 milhões e o restante dos recursos são do Tesouro Estadual, que faz um aporte de mais de R$ 80 milhões. “Essa é uma conta que não fecha e, dessa forma, esse modelo não se sustenta. Por isso, precisamos racionalizar os recursos”, disse.
Ele também destacou, nesse novo modelo que tem sido adotado pela gestão estadual, a quitação de dívidas do Governo do Estado, que era comum em governos anteriores existirem passivos comprometendo os serviços. “Na semana passada quitamos todo o débito com a Farmácia Básica e o Samu. Acreditamos que com isso iremos voltar a ter uma parceria melhor com os municípios, bem como vem acontecendo em nossa capital”, declarou.
Durante a entrevista, o secretário Carlos Lula também falou sobre as unidades de 20 leitos, herdados do governo anterior e que por terem sido projetadas com essa quantidade de leitos não recebem destinação de recursos do Governo Federal, sendo extremamente onerosos para os municípios. “Precisamos repensar o perfil deles. Eles podem existir e ser úteis para a sociedade, mas precisa haver uma mudança de perfil. Não faz sentido, por exemplo, ter um Centro Cirúrgico em um hospital de 20 leitos porque o município não terá suporte para a manutenção”, explicou.
O secretário informou que o modelo de unidades de 20 leitos pode servir como ambulatório e essas localidades podem ter os Hospitais Regionais para referenciá-las. “Essa é a grande mudança de política de saúde. A nossa ideia é inaugurar grandes unidades hospitalares que sejam resolutivas, como as recém-inauguradas em Pinheiro e Caxias. O paciente se estabiliza na unidade de 20 leitos e vai para onde pode ter suporte avançado. Temos que pensar a saúde de maneira regional e não individualizada. Podemos dar a cada uma delas uma referência e, assim, eles podem funcionar”, pontuou o secretário Carlos Lula.