Agricultores familiares do povoado Cipó Cortado, em João Lisboa, recebem equipe da Agerp

Típico da Amazônia, o açaí é um produto que teve suas formas de consumo diversificadas nos últimos anos. Se antes era degustado mais em tigela, acompanhado de farinha de mandioca e camarão seco, hoje, a polpa é utilizada em fabricação de sorvetes, geleias, picolés, sucos, doces e até na indústria da beleza para produção de cremes, hidratantes e sabonetes.

Com o objetivo de elevar a produção do açaí no Maranhão, em uma escala comercial, o Governo do Maranhão, por meio da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF), está desenvolvendo, no município de João Lisboa, um projeto piloto de agroindústria da polpa desse produto.
Técnicos da regional da Agerp de Imperatriz realizaram uma palestra sobre a produção do açaí, na sexta-feira (4), para agricultores familiares do povoado Cipó Cortado. De acordo com o gestor da regional da Agerp Imperatriz, Humberto Nascimento, o açaí predominante nativo está escasso por causa dos efeitos do desmatamento da área.
Por outro lado, o local tem grande potencial para cultivar ‘BRS Pará’, que foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Embrapa) Amazônia Oriental, de Belém do Pará.
A BRS Pará é a primeira cultivar de açaizeiro desenvolvida pela Embrapa. Apresenta precocidade de produção, com os primeiros cachos colhidos aos três anos de plantio e produtividade estimada de 10 toneladas por hectare, a cada ano. Tem bom rendimento de polpa, entre 15% e 25%.
“A Agerp Imperatriz presta assistência técnica no município e estamos incentivando a comunidade para o projeto da agroindústria que é uma experiência nova para a região”, explicou Humberto Nascimento.
Para o gestor da regional da Agerp, a agroindústria de polpa de açaí no povoado vai agregar valor para a população local, além de oportunizar a inserção dos produtores a programas de comercialização da agricultura familiar, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“Esse projeto pode mudar bastante a vida daquela comunidade, pois vai diversificar a produção, visto que eles plantam outras culturas. Pode beneficiar 140 famílias de produtores e gerar renda, qualidade de vida e proteção ambiental às áreas desmatadas nas margens do rio”, explicou o gestor.