O secretário-adjunto de Agricultura Familiar, Júlio Mendonça, recebeu, na sexta-feira (3), no Palácio Henrique de La Roque, em São Luís, um grupo de indígenas que representa seis aldeias dos índios Krikati, no Maranhão. A comitiva pediu apoio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF) para projeto de produção agrícola que melhore a qualidade de vida dos indígenas.
Os índios relataram ao secretário que estão sem incentivos e conhecimentos para a produção de alimentos. “Temos pequenas roças, mas só dá para comer. Precisamos produzir mais para vender e ter como comprar as coisas que precisamos”, disse a líder da aldeia Arraia, no município de Lajeado Novo, Luciana Krikati.
Os índios explicam que, com suas áreas reduzidas e outros modos de vida, não é mais possível viver somente da caça, da pesca e da cultura de subsistência. “Hoje não podemos mais viver só da cultura tradicional; não pensamos apenas no presente, pensamos no amanhã também, futuro do nosso povo”, disse o cacique da Aldeia Nova Jerusalém, em Sítio Novo, Edvaldo Krikati.
Capacitação
Segundo o líder dos indígenas, Lourenço Krikati, há um projeto, idealizado em parceria com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e a empresa Suzano, que prevê a capacitação de jovens das aldeias, com aprendizagem de técnicas inovadoras que permitam um olhar mais amplo para a produção. “Estamos aproveitando a abertura de diálogo com o atual governo porque, antes, não tínhamos essa oportunidade, para pedir o apoio do estado nesse projeto que visa a sustentabilidade e a geração de economia”, disse.
Posição da SAF
O secretário Júlio Mendonça disse que o governo Flávio Dino tem política de inclusão social indígena e garantiu que a SAF e a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp) estudarão o projeto, reunirão com os parceiros e estabelecerão um cronograma de atividades que ajudem a desenvolver a agricultura familiar nas aldeias.
Segundo informações da comitiva, os Krikati formam, atualmente, uma população de 1.080 índios. São seis aldeias localizadas no Sudoeste do Maranhão: comunidades Recanto dos Cocais, Nova Jerusalém, Raiz, Arraia, Campo Alegre e São José, a principal e mais antiga aldeia, onde vivem cerca de 800 índios.
Também participaram da reunião, a representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), Cláudia Neta; e os caciques Bernardino Krikati (Campo Alegre) e Francisco Silva (Recanto dos Cocais).
Comentários