Muctarr Mansaray, 27 anos, foi um dos atendidos na ação odontológica

O Governo do Estado prossegue as ações de apoio aos imigrantes africanos e nessa quarta-feira, 23, enviou equipes de médicos odontologistas para realizar avaliação, e, se for o caso, encaminhar para tratamento dentário. A iniciativa integra as atividades do programa Sorrir, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que durante todo o dia atendeu aos 25 africanos abrigados no Ginásio Costa Rodrigues, Centro. 
Ao longo da semana, eles recebem atendimento de outras especialidades médicas, como psicólogo, cardiologista e clínico geral. Desde a chegada dos imigrantes, o Governo está garantindo abrigo, alimentação e atendimentos de saúde. O grupo vinha de Cabo Verde para o Brasil, quando a embarcação em que estavam apresentou problemas. Após mais de 30 dias no mar, foram resgatados por pescadores em São José de Ribamar e encaminhados à São Luís, no último sábado, 19.
"O abrigo e devidos atendimentos estão garantidos e no aguardo das definições das autoridades referentes sobre as condições de permanência dos resgatados. Há uma grande rede de solidariedade e ajuda humanitária contribuindo para ajudá-los e prestar todo o apoio neste momento difícil", pontuou o titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Francisco Gonçalves. A Sedihpop colabora com a Polícia Federal, disponibilizando intérpretes para coleta de depoimentos e auxílio à regularização da situação jurídica dos africanos no país.
Além da assistência médica, o Governo do Estado está garantindo toda a ajuda humanitária necessária aos imigrantes, incluindo a alimentação, água, roupas, por exemplo. A força-tarefa conta com ações de diversas secretarias de Estado, entre estas, Saúde (SES), Desenvolvimento Social (Sedes), Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
Muctarr Mansaray, 27 anos, foi um dos atendidos na ação odontológica  e disse esperar que consiga se estabelecer e trabalhar no Brasil. "Estão nos dando toda a ajuda aqui e espero poder ter trabalho para ajudar minha família. No meu país as dificuldades são muito grandes e não temos muitas chances de futuro. Se tudo der certo, quero trazer minha mãe para viver comigo", disse ele. Mansaray cursava a faculdade de Ciência e Tecnologia em Cabo Verde. É filho único por parte de mãe, com quem morava, mas possui cinco irmãos por parte de pai.
Para Asbaba Kra Abdullaziz, 28 anos, a ajuda que está recebendo é o primeiro caminho para que possa pensar em dias melhores. "A gente sai do nosso país querendo vencer para ajudar nossas famílias. Lá emprego é muito, muito difícil. Não tem emprego. Aqui a gente pensa em trabalhar e poder ajudar nossas famílias. Estamos sendo bem tratados", disse ele, que deixou os país e mais cinco irmãos em Serra Leoa. Com o apoio, os imigrantes também conseguiram ter contato com suas famílias na África.
O acompanhamento do Governo é feito desde o anúncio do resgate da embarcação. De imediato, o grupo foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para as primeiras avaliações médicas e providenciadas condições de acolhimento e alimentação. Muitos estavam fracos pela falta de alimento e água. Após os dias ao mar, contam que chegaram a beber água do mar e até a própria urina. No grupo, há pessoas com idades entre 18 e 50 anos, vindos de Serra Leoa, Nigéria, Guiné e Senegal. (Secap / Sandra Viana)