Willian Marinho
Ontem, os alunos da rede pública municipal de Governador Edison Lobão não tiveram aulas. Por decisão do sindicato dos professores do município, as salas de aula ficaram vazias. O movimento vai continuar hoje e deverá se estender até amanhã.
A principal reivindicação dos professores do Ribeirãozinho é devido ao atraso no pagamento dos salários de dezembro de 2012, que não receberam e o atual prefeito Evando Viana fez acordo para pagar e não cumpriu. “Estamos esperando pelo pagamento desde março, quando houve entendimento de que a atual administração faria o pagamento. Inclusive, foi bloqueado o repasse do município, no entanto não demorou nem vinte dias e foi liberado e continuamos sem ver a cor do nosso dinheiro, ganho suado”, disse o presidente do sindicato, professor Lindomar.
Ele acrescenta ainda que não trata-se apenas da questão do salário, mas da falta de respeito com os colegas contratados que estão com salários atrasados, da falta de estrutura das escolas, que não têm material pedagógico nem material de limpeza, não têm carteiras e tampouco transporte escolar. “Estamos fazendo esta paralisação em decorrência de tudo que está acontecendo com a Educação em nosso município”.
Ontem, os vereadores Raimundo Moraes e Junior Moura lamentaram o que está ocorrendo. “Nossa cidade está na UTI com falência múltipla dos órgãos, nada funciona, não foi decretada ‘morte’ porque o povo ainda vive, o povo ainda respira, apesar da Educação estar se arrastando, a Saúde querendo se arrastar, a Obra - o que é isso? Ela existe? E a Assistência Social, o Meio ambiente, a Cultura, o Esporte, a Agricultura, ufa!!! São tantas coisas que precisam mudar”, frisou Moraes.
Já para Junior Moura, o retrato do abandono em que está vivendo o município não demonstra a preocupação do prefeito. “O que estamos vendo é nossa cidade abandonada e quero aqui me solidarizar com os professores, os estabilizados e os contratados, que precisam ser respeitados com melhores condições de trabalho e, acima de tudo, receber seus salários, que é obrigação de quem contrata”, afirmou.
Abandonado - O PROGRESSO flagrou mais um desperdício de dinheiro público em Edison Lobão. O barco que foi doado pelo MEC, através do FNDE, para fazer o transporte escolar dos estudantes que residem às margens do rio Tocantins, dentro do município, encontra-se abandonado dentro d’água na Serra Quebrada.
Preparado para fazer o transporte, o barco é seguro e deveria estar transportando os alunos, contudo os moradores reclamam que os alunos precisam ainda de veículos para chegarem até a escola no Setor Agrícola ou no Bananal e há mais de trinta dias que não chega carro na localidade. “Além do barco que não está sendo usado, não há carro para completar o trecho entre a beira-rio e a escola. Os motoristas não vêm até aqui porque não há estrada e a ponte está quebrada”, reclamou Gorete Marinho, que tem três filhas estudando.
Para melhorar o acesso, os moradores estão fazendo uma “vaquinha” entre todos eles para colocar piçarras nos buracos, que hoje impedem a passagem dos carros. “Com este mutirão, esperamos não ficar isolados, como ocorre agora, e olha que ainda não estamos nem mesmo no inverno”, disse outro.
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