Reunião da FIEMA discutiu problemas nas rodovias do Maranhão

São Luís – Na última reunião do Conselho Temático de Infraestrutura e Obras da FIEMA, presidida pelo vice-presidente da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, empresários das indústrias de cerâmica e arroz do Estado do Maranhão apresentaram um relatório contendo a situação atual das principais rodovias que cruzam o Maranhão, entre elas a BR-222, BR-135 e BR-136, e que impactam na produtividade das empresas.
Na ocasião, o levantamento foi entregue aos representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), à Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e à Assembleia Legislativa, presentes na reunião, e reivindica melhorias nas estradas, principalmente no que se refere à má sinalização das rodovias, excesso de quebra-molas e invasão da faixa de domínio, problemas que afetam diretamente as indústrias que utilizam o modal rodoviário para o transporte de cargas.
“Dados da Confederação Nacional de Transporte (CNT) mostram que a maior parte das rodovias maranhenses estão em estado ruim ou péssimo. É um gargalo que precisamos nos unir para superar, pois afeta o crescimento e a competitividade das empresas do nosso estado”, afirmou o vice-presidente da FIEMA, José de Ribamar Barbosa Belo.
O relatório foi elaborado pelo Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção do Estado do Maranhão (Sindicerma) e apresentado pelo presidente Benedito Bezerra Mendes, também em nome do Sindicato das Indústrias de Arroz (Sindiarroz). “Estamos entregando esse relatório para somar esforços às instituições e órgãos aqui presentes, na busca de soluções para melhorar a qualidade das rodovias do nosso estado, problema que impacta diariamente nas nossas indústrias e no desenvolvimento do Maranhão”, revelou o presidente do Sindicerma.
Benedito, que é empresário do segmento, explicou que, atualmente, em torno de 120 indústrias do setor utilizam as BRs para circulação da produção de cerâmica vermelha dentro do estado e fora dele. Cerca de 70% dessas empresas são sindicalizadas e empregam, em média, 12 mil trabalhadores, que contribuíram para que, nos últimos 15 anos, o estado se tornasse autossuficiente no produto. No entanto, a má conservação das estradas encarece em pelo menos 30% os custos de produção, prejudicando o setor industrial e a economia local.
“A reivindicação também é pelo Sindicato do Arroz, até porque a previsão é que o transporte de grãos no Maranhão aumente quando o projeto Tegram – Terminal de Grãos do Maranhão – estiver funcionando a todo o vapor, e as estradas precisam melhorar para suportar esse desenvolvimento de mais de 1 mil caminhões trafegando, diariamente, na nossa malha viária”, afirmou.
Lombadas – Entre os entraves expostos pelo empresário, a grande quantidade de quebra-molas em pequenas distâncias chamou a atenção dos membros do Conselho. “São 48 lombadas somente nos primeiros 100 km entre São Luís e Entroncamento”, declarou.
Segundo informou Benedito Mendes, a maior parte deles foi construída pela própria população, em protesto aos acidentes e atropelamentos causados aos moradores que instalam suas residências à beira das estradas maranhenses, invadindo a faixa de domínio das malhas viárias. “Esse é outro problema grave, a invasão da faixa de domínio. É preciso haver mais fiscalização para que as famílias não arrisquem suas vidas construindo casas próximo às rodovias”, comentou.
Em relação ao entrave, o superintendente do DNIT, Gerardo Fernandes, revelou que, de 2014 para cá, mais de 10 mil notificações para desapropriação foram enviadas às famílias para que elas deixem as áreas ocupadas irregularmente, mas que o processo ainda é lento. “Para agilizar, a procuradoria federal deu poder de polícia ao DNIT para retirada dessas invasões, quando identificadas em fiscalizações ou denunciadas”, explicou o superintendente.
Sobre as melhorias, o superintendente lembrou do corte no orçamento direcionado à infraestrutura anunciado recentemente pelo governo federal, mas afirmou que obras iniciadas no ano passado estão asseguradas e que os contratos estão sendo revistos para que elas reiniciem imediatamente.
Gerardo Fernandes sinalizou, ainda, que investimentos serão realizados no reparo das rodovias até a metade do ano e que, em dezembro de 2015, deverá ser concluída a duplicação da BR-135 até Bacabeira. “Acredito que teremos um incremento na parte de manutenção das rodovias até junho”, comentou.
Representando a Assembleia Legislativa, a deputada Francisca Primo disse que levará o documento à Comissão de Obras e Serviços Públicos da Alema para que sejam tomadas providências e para que a população maranhense possa ter estradas melhores.
O representante da Sinfra, Josiano César de Sousa, disse que o material entregue pelos sindicatos da FIEMA vai contribuir para o plano plurianual em elaboração pelo órgão para os quatro anos de governo. “Essa contribuição é muito válida, pois entendemos a importância da vivência da classe empresarial, que utiliza as rodovias mais de perto e sabe das necessidades”, ressaltou.
O documento também será encaminhado à Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos que atuam na fiscalização e sinalização das rodovias, juntamente com um convite, para que participem da próxima reunião do Conselho Temático de Infraestrutura e Obras da FIEMA, que será realizada no final do mês.