São Luís - Os presentes de Natal este ano ganharam um toque regional. No que dependeu da quarta edição da Feira Estadual de Economia Solidária e Agricultura Familiar, encerrada na noite de sábado (17), no Centro Histórico de São Luís, a regionalidade, o respeito à natureza, o associativismo como modelo de economia, dentre outros princípios, deram o toque de confraternização e solidariedade, já comum às festas natalinas.
Com exposição e comercialização de produtos da Economia Solidária, o artesanato, as artes manuais de bordados, corte, costura, bijuterias encantaram o público visitante da Praia Grande, composto essencialmente por turistas e jovens que apreciam as atrações do Centro Histórico.
A professora carioca Ellen de Alcântara, que visita São Luís pela segunda vez, elogiou a perfeição do trabalho do artesão Esmeraldo Pavão, que produz peças em madeira e bambu. “Um cuidado, uma delicadeza no acabamento... uma verdadeira peça de arte”, afirmou a turista.
O artesão mora em Santa Helena e havia participado da Feira Territorial da Baixada Ocidental, que reuniu grupos produtivos de sua região no município de Presidente Sarney. “As vendas lá foram muito boas. Vendi tanto, não esperava por isso. Mas nessa feira aqui em São Luís estou mais confiante e trouxe muito estoque”, garantiu.
De todos os lugares
De Codó vieram produtos beneficiados do babaçu como sabonetes, farinha de mesocarpo, azeite, bolos, doces e biscoitos; de Governador Nunes Freire vieram brinquedos e lembranças feitos em E.V.A; de Mirinzal, um grupo formado por moças de 19 a 22 anos trouxe licores artesanais de cheiros e sabores agradáveis: jenipapo, hortelã, maracujá, hortelãzinho.
“A feira do nosso território foi em São Bento e vendemos muito licor de maracujá; mas os visitantes pediram muito o licor de jenipapo e acabou que trouxemos sabores variados para a feira em São Luís”, explicou Isabelle Barbosa, que conta que ela mesma e mais cinco amigas produzem os licores. “Fizemos um curso na Escola Agrotécnica e resolvemos vender nossa produção”, completou.
Mais de cem grupos produtivos de todo o estado vieram a São Luís participar da Feira Estadual. A abertura do evento contou com a presença do vice-governador Washington Oliveira; do secretário de Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Heluy; da secretária de Desenvolvimento Agrário, Conceição Andrade; dentre outras autoridades e representantes do Fórum Estadual de Economia Solidária (Feesma) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaema).
Para Heluy, a Economia Solidária é uma saída viável para a erradicação da pobreza extrema no Maranhão. “Mais de 1 milhão e 700 mil maranhenses vivem nessa condição e o caminho que o Governo do Estado e o Governo Federal enxergam para melhorar esses indicadores é investir em apoio, assistência técnica e políticas públicas que incentivem a Economia Solidária”, assinalou o secretário.
Trocas Solidárias
Na sexta-feira (16), os grupos produtivos se confraternizaram na “Troca Solidária”, um momento lúdico em que os expositores participantes trocam produtos, num incentivo à solidariedade. De acordo com Mariana Nascimento, a Troca Solidária é a ocasião perfeita para celebrar a união dos grupos.
“O movimento da Economia Solidária é composto de amigos de todas as partes do Maranhão. Passamos o ano todo organizando as feiras territoriais e a estadual e chega o momento em que nos confraternizamos”, explicou.
No balanço prévio das feiras territoriais, que aconteceram ao longo do segundo semestre, mais de R$ 200 mil foram comercializados pelos grupos produtivos. Levando em consideração que as nove feiras territoriais reuniram cerca de 160 municípios, o ganho financeiro foi rateado por todo o Maranhão.
Mariana Nascimento informou que o balanço da feira estadual será divulgado em breve. “É uma informação que vale a pena ser dada, porque os bons resultados precisam ser anunciados para mostrar que outra Economia é possível e já está acontecendo no Maranhão”, ressaltou. (Gisele Amaral)
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