São Luís - A juçara está sendo um dos destaques na Feira Saberes e Sabores da Economia Solidária, que a Secretaria de Estado de Trabalho e Economia Solidária (Setres) promove, dentro da programação da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada no Campus do Bacanga, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), em São Luís.
“A nossa intenção é mostrar a verdadeira juçara maranhense”, diz, em meio a risos, Conceição Costa, integrante da Associação Amigos da Juçara, que está participando da feira. A barraca vende uma porção generosa de juçara, acompanhada de farinha de mandioca, peixe frito ou camarão seco - a gosto do freguês. “Esse é o jeito maranhense de tomar juçara. Era justamente isso que queríamos mostrar e fazer”, explicou a associada.
A feira foi instalada nas dependências do Centro de Ciências Humanas (CCH) e está atraindo um público considerável. Além da comercialização de produtos, o evento debate a economia solidária no ambiente acadêmico.
“A feira mostra a simplicidade de nossa gente em criar produtos de qualidade, como o pão que leva mesocarpo de babaçu em sua receita ou mesmo o licor de juçara ou o artesanato em cerâmica e fibra de buriti”, explicou o secretário de Estado de Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Heluy.
A coordenadora de Economia Solidária da Setres, Mariana Nascimento, afirmou que a proposta é, também, dialogar com as instituições de ensino superior para uma futura cooperação entre os grupos produtivos e os estudantes e pesquisadores que se interessarem em conhecer nosso modo de produzir.
Mais de 40 grupos produtivos participam da feira, que transformou o cenário do CCH, com barracas coloridas, inspiradas na Cultura Popular Maranhense, com motivos de chitão e barracas de palha.
O público está respondendo à altura do esforço dos grupos e tem comparecido à estrutura montada. A barraca de juçara da Associação Amigos da Juçara é uma das mais movimentadas, cheia de maranhenses que apreciam a dobradinha juçara e camarão; e visitantes de fora do estado que se espantam com o hábito da terra, mas aceitam o desafio de experimentar a refeição.
A estudante de Ciências da Natureza, do Instituto Federal Fluminense, aprovou a mistura. “É um sabor que eu nunca tinha imaginado, mas me surpreendeu; achei muito gostoso”. O estudante Vander Gomes, da mesma instituição, provou, mas não gostou tanto. “Prefiro comer o camarão e a juçara em separado”, sorriu. A Feira da Economia Solidária funciona até esta sexta-feira (27). (Gisele Amaral)
Publicado em Regional na Edição Nº 14462
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