Raimundo Primeiro

A notícia sobre a morte do radialista Carlos Roberto Batista Chaves surpreendeu os profissionais de comunicação e ouvintes da extinta Rádio Imperatriz, emissora em que Roberto Chaves, como era conhecido o paraense, trabalhou durante alguns anos, apresentando vários programas, como o “Show da Tarde”, com uma vinheta de abertura produzida ao som de uma guitarra.
Em Imperatriz, Roberto Chaves chegou em princípios da década de 90, começando um trabalho de fôlego na 890, prefixo da Rádio Imperatriz, de propriedade do advogado e radialista Moacyr Spósito, titular do Programa “Café da Manhã”.
Mesmo tendo partido aos 69 anos de idade, Roberto Chaves deixou um legado marcante, como o de ter trabalhado na primeira emissora de rádio da segunda maior cidade do Maranhão, já que a Rádio Imperatriz, emissora em Frequência de Amplitude Modulada, ou seja, AM, foi a primeira a transmitir, profissionalmente, os fatos aqui registrados.
Com voz grave, forte, que encantava e fez muita gente parar para ouvir os programas apresentados por Roberto Chaves, inclusive o “Conversa Franca”, o “Gogó de Ouro”, assim pode ser acertadamente chamado, fez época e história no rádio imperatrizense.
O também veterano radialista Marcelo Rodrigues, hoje na Rádio Mirante AM, TV Mirante e Portal Imirante, lamentou a morte de Roberto Chaves, com quem trabalhou na Rádio Imperatriz, ajudando a desbravar a radiofonia local.
Hoje na TV Mirante, o apresentador Luiz Carlos Lima, ex-TV Educativa (TVE) e Rádio Cultura FM, destacou a forma como Roberto Chaves conduzia o seu trabalho, irradiando e opinando sobre os acontecimentos de Imperatriz e região, tendo sido, segundo ele, “um ícone do rádio” e com “uma linda voz”.
O jornalista Gil Carvalho, da Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Imperatriz, apesar de não ter trabalhado com Roberto Chaves, falou sobre o trabalho que ele desempenhou na cidade, cumprindo com o papel de informar e comentar os fatos locais.
“Particularmente, não trabalhei com o mesmo, porém sei do grande profissional que foi, e sua contribuição para o rádio em Imperatriz”, reforçou, dizendo que a morte de Roberto Chaves deixa uma grande lacuna no rádio brasileiro, tendo em vista ter sido ele um pioneiro, atuando em diversas regiões do país, sempre com a característica que marcou a sua jornada profissional, falando firme e francamente.
O jornalista Lima Rodrigues, que por vários anos trabalhou na Radiobrás, em Brasília (DF), como repórter da “Voz do Brasil”, inclusive tendo sido correspondente da Rádio Imperatriz, disse ter ficado sabendo por meio do apresentador e radialista Paulo Negrão, durante reportagem para o Programa do Demerval Moreno, em Parauapebas (PA), acrescentando que “vou fazer uma homenagem a ele [Roberto Chaves]”.
A notícia sobre a morte de Roberto Chaves foi repercutida durante toda a segunda-feira nas redes sociais. “O mundo é pequeno, trabalhei com Roberto Chaves na Rádio Imperatriz em 1984. Nessa época, ele era diretor de Programação da emissora. Fui contratado para dois horários – de 5 da manhã às 7h e das 17h às 19h. Foi uma passagem muito boa ao lado deste grande profissional. Minhas condolências à viúva e ao rádio cearense”, disse em sua página no Facebook Abelardo Martins Araújo.
A esposa de Roberto Chaves, a jornalista Miriam Lima, comentou da seguinte forma a morte do companheiro, com quem teve um filho: “Já não estou mais celebrando a vida. Em frações de segundos, meu marido, Roberto Chaves, que passou mal ontem, teve agora há pouco, um infarto fulminante e partiu. Obrigada, Deus, pela vida dele, pelo menino que tu me deu, por todos esses anos. Descanse em paz, em meu amor. Em nós ficarão a eterna lembrança e a saudade”.
O ex-radialista Roberto Chaves foi inovador e empreendedor durante o tempo em que esteve trabalhando em Imperatriz, criando e realizando vários eventos denominados de “Shows de Calouros”, que eram apresentados em praças públicas, com o apoio do comércio local.
O empresário Francisco da Silva Almeida, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Imperatriz, comentou ter sido o trabalho de Roberto Chaves “motivador e inspirador para o surgimento de outros importantes acontecimentos, portanto lamentável a sua ida, pois ele ainda tinha muito a contribuir com o rádio brasileiro”.
Aproveito para trazer à tona a máxima de que “as pessoas que amamos não morrem, apenas partem antes de nós”.
Quero destacar, portanto, ser importante que todos se lembrem do trabalho de Roberto Chaves, que abrilhantou as tardes da Rádio Imperatriz, com a sua voz bonita e a sua forma de conduzir o seu programa, levando alegria e música para os lares da cidade e região.
“A morte é o último degrau? Não, ela é o despertar final”. (Sir. Walter Scott)