Pais de estudantes fiquenenses reclamam o início das aulas do ensino médio

Ribamar Fiquene - Revoltados com a demora para a solução do problema do ensino médio, dezenas de pais de estudantes da rede estadual de ensino em Ribamar Fiquene se reuniram na tarde de quarta-feira, 29 de fevereiro, para deliberar sobre o encaminhamento de denúncia junto ao Ministério Público Estadual contra a Secretaria de Estado da Educação.
A denúncia é proveniente da falta de escola do Estado no município, e principalmente neste ano letivo, com a falta de salas de aulas para atender em horário diurno os alunos menores de 14 anos e a falta de professores para o cumprimento da grade curricular dos alunos do horário noturno. Há dez anos estudantes do ensino médio enfrentam o mesmo problema, tendo que se acomodarem nas escolas da rede municipal de ensino nos povoados de Arraias, Lajeado I e no centro da cidade, que são cedidas pela prefeitura.
Mães que moram na zona rural, apesar da distância, também participaram da reunião e reclamam que os filhos menores de 14 anos estão fora da sala de aula há praticamente um mês. E, que mesmo com a intervenção do Conselho Tutelar buscando alternativas junto à diretoria regional de educação para minimizar o problema, o compromisso assumido não foi cumprido. A única resposta recebida pelos pais de alunos é que a Secretaria de Estado da Educação não estaria disposta a alugar um imóvel com salas adequadas para receber os estudantes matriculados e assim, iniciar o ano letivo. “Meus filhos estão sem estudar. Já viemos pra muitas reuniões e nada é resolvido. Pediram um prazo até 29 de fevereiro, e agora chegam com nova história que a gente não entende. Nós queremos é os nossos filhos estudando”, disse a ruralista Judite Silva, que mora no povoado Tabuleirão.
Outros pais que além de reclamarem contra a falta de salas para os filhos menores de 14 anos, também se levantam contra a falta de professores. Eles afirmam que a ausência de professores para completar a grande curricular é um problema que se arrasta há mais de oito anos. “Todo ano é a mesma conversa. Tá faltando professores, mas a secretaria vai contatar, vai fazer seletivo, vai dobrar turno, e chega o fim do ano letivo e nada”, disse chateada a estudante Genira Marinho.
A reunião dos pais de estudantes matriculados no ensino médio Fortunato Moreira Neto, de Porto Franco – extensão – de Ribamar Fiquene foi acompanhada pelo Conselho Tutelar, o vice-prefeito Luís Sabino (PR), e os vereadores Pedro Silvino (PSDB) e Reginaldo Miranda (PSB), o diretor da Escola La Rocque, Nilvan Santana, ex-secretária de Educação, Hélia Maria Nogueira, e diretor da extensão do ensino médio, Vilmar Rodrigues.
O vereador Pedro Silvino lembrou que a promessa da construção da Escola Estadual de Ensino Médio em Ribamar Fiquene é datada de 2002 e passou pela gestão dos secretários de Estado da Educação, Luís Fernando Silva, Lourenço Vieira da Silva, César Pires, Anselmo Raposo, Olga Simão e o atual Bernardo Bringel. O vereador declarou que a prefeitura, com a aprovação da Câmara Municipal, por duas vezes já fez a doação de terreno para construção da escola de ensino médio, que, segundo ele, infelizmente não sai do papel.
A reunião terminou com a aprovação da maioria absoluta na indicação da Comissão de Pais Fiquenenses que nesta sexta-feira, 02 de março, em audiência na Promotoria de Justiça de Montes Altos, entregarão o documento assinado por mais de cem pessoas, contendo uma série de reivindicações que buscam resolver o problema do ensino médio em Ribamar Fiquene. “Acreditamos no Ministério Público e temos certeza de que não seremos decepcionados. A promotora, doutora Dailma Maria Melo Brito é neste momento a nossa maior confiança de que tudo vai dar certo e que os nossos filhos tenham os seus direitos respeitados”, disse a dona de casa Elmizinda Santos. (Por Marcelo Rodrigues)