Por Lúcia Pacheco

Continuando um trabalho poético sobre o sertão maranhense, a escritora Lilia Diniz lança dia 21 de março, quarta-feira, no Auditório da Universidade Federal do Maranhão, a sua nova obra: “Sertanejares”. Nesta obra, a poetisa apresenta um linguajar específico do interior do Maranhão.
Lilia Diniz é atriz e poetisa dedicada à cultura popular, nasceu em Crioli do Bina, povoado de Tuntum, no Maranhão. Através das raízes sertanejas, a poetisa descreve o cotidiano do sertão.
A obra “Sertanejares” é fruto de uma análise sobre a linguagem dividida em três temas mais o Glossário, uma novidade que ajudará os leitores a entender o linguajar específico do sertão.
Os palavreados presentes nas obras de Lilia têm influência do pai, que é maranhense, da mãe cearense e de sua trajetória pelas cidades do país. “Costumo chamar o Glossário de palavreado onde consigo contribuir para a divulgação das nossas variações linguísticas, acho importante fixar as palavras no papel”.
O primeiro tema aborda uma questão política sobre a vida das quebradeiras de coco babaçu nos povoados maranhense e a questão indígena, aborda também realidades de outras cidades como Arame e Tanque, retratando a imagem do interior do Maranhão.
Homenageando a Literatura de Cordel, o segundo tema apresenta poemas rimados ou, como a autora costuma falar, “contar os causos” do sertão. O cordel marcou a vida da escritora desde a infância, quando ao lado de seu pai ouvia os causos através da rádio Nacional da Amazônia.
“O amor não pode ficar fora de um livro de poesia”, disse Lilia Diniz ao falar sobre o terceiro tema do “Sertanejares”, uma parte dedicada a versos líricos sobre o cotidiano dos casais.
O formato do livro é mais uma surpresa para o leitor. “Sertanejares” apresenta a forma de abano lembrando os abanos para fogão de lenha ainda presente no sertão maranhense.
Após a impressão de mil exemplares da obra, Lilia contou com a ajuda do pai, que confeccionou os abanos que acompanham o livro, e das filhas, que ajudaram a finalizar a capa e o envelope do livro. “Quero que as pessoas sintam que tem um envolvimento não só da palavra, mas da feitura, o nó apertado, da flor colada na capa”, explica a autora.
A publicação da obra “Sertanejares” foi possível através do Edital Universal da Cultura Maranhense em 2011. Esta é a terceira obra de poesia. Em 2003 foi lançado o Miolo de Pote da Cacimba de beber e em 2001 Babaçu, Cedro e outras Poéticas em Tramas. Além das poesias em 2007, Lilia publicou um conto - Ao que vai Chegar.