Estudantes do CE João Leitão, de Alcântara, durante apresentação no festival
Fotos: Orcenil Jr.

São Luís - No último dia para apresentações de espetáculos do 15º Festival Maranhense de Teatro Estudantil, realizado nesta sexta-feira (11), no Teatro João do Vale, os destaques foram as peças apresentadas pelos estudantes dos centros de ensino João Leitão, de Alcântara; e José Furtado Bezerra, de Miranda do Norte, escolas da rede estadual de ensino. O festival, que será encerrado na próxima segunda-feira (14), às 16h, reúne escolas das redes estadual, municipal, particulares e comunitárias.
Seis escolas estaduais se apresentaram durante os quatro dias do festival. “A semente”, de Gianfresco Guarnieri, foi mostrada pelos alunos do CE Raimundo Saldanha, de Rosário. “Confissões de uma adolescente”, de Maria Mariana, pelos estudantes do CE Maria Mônica Vale (São Luís). “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, CE Mário Meireles e “Caminha da Pedra Miúda”, de Inaldo Lisboa, pelo CE Roseana Sarney, de Itapecuru Mirim.
Nessa sexta-feira (11), os alunos do CE João Leitão, de Alcântara, apresentaram o espetáculo “Pobre Riqueza”, escrito e dirigido por Haroldo Júnior, do Grupo de Teatro Culturarte, da própria escola. Foi a oitava participação no festival que, este ano, excepcionalmente, não foi competitiva.
Haroldo Júnior disse que cada participação representa uma nova experiência para o grupo que conta com cerca de 200 estudantes atores, que estão se revezando ao longo dos anos. Frisou ainda que é um momento único para a revelação de novos talentos que saem das salas de aula para o palco, representando a cidade de Alcântara.
Estudante do CE João Leitão, Haroldo Júnior disse que sua obra representa o diferencial entre ricos e pobres, ressaltando que apesar dos conflitos todos necessitam de ajuda mútua em um lugar onde o dinheiro não compra a felicidade.
O diretor da Companhia Encenação, Marcos Ronilson Nascimento, que coordenou a apresentação dos alunos do CE João Furtado Bezerra, de Miranda do Norte, disse que a participação no festival será sempre uma experiência inovadora de convivência com o teatro e as artes.
Ele salientou que esse intercâmbio cultural desperta o interesse de participação dos alunos e favorece o processo de ensino aprendizado em sala de aula pela aproximação com a leitura e a escrita de forma disciplinada. O trabalho desenvolvido na escola facilita a descoberta de novos talentos artísticos.
Os estudantes apresentaram a peça “A família perfeita”, de autoria de Laerte Pedroso, abordando vários temas sérios e polêmicos da sociedade sem perder a linha humorística. “O espetáculo é também um momento de reflexão”, destacou.

Festival
O 15º Festival Maranhense de Teatro Estudantil é promovido pelo Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem). De acordo com o coordenador geral do evento, Domingos Torinho, o festival é resultado do trabalho estético e uma mostra dos trabalhos cênicos desenvolvidos nos colégios. Para as escolas e estudantes, segundo ele, fica o processo construído em sala de aula e que envolve toda a comunidade escolar, criando uma relação saudável no processo ensino-aprendizado.
A edição especial do festival não é competitiva, pela primeira vez em 15 edições, mas representa um expressivo estimulador vocacional das artes nas escolas, cumprindo a função de habilidades e competências dos alunos, bem como de informar e divertir por meio dos espetáculos.
O diretor do Cacem ressalta ainda que o festival é também uma porta que se abre para a descoberta de novos talentos entre os jovens estudantes, alguns dos quais ocupam lugar de destaques nas artes maranhenses. “É um trabalho que vem crescendo. Este contou com a participação de escolas de oito municípios, num momento de verdadeiro congraçamento”, disse.
Em 15 edições, o Festival Maranhense de Teatro Estudantil registra números expressivos. Foram apresentados 480 espetáculos, com a participação de 413 escolas, 475 professores e o envolvimento direto de 4.719 alunos. Ao mesmo tempo, valorizou o arte-educador, se consolidou no calendário cultural do Estado e como disciplina da grade curricular das escolas. (J França)