Equipe médica durante cirurgia de varizes

São Luís - Dezesseis pacientes foram submetidas, nesse sábado (3), a cirurgias vasculares durante a realização do 1º Mutirão de Cirurgia de Varizes, realizado no Hospital Tarquínio Lopes Filho (Geral). Os procedimentos fizeram uso de uma nova técnica que usa a radiofrequência, com um equipamento chamado VNUS. Foi a primeira vez que um hospital público do Maranhão adotou esse procedimento.
O coordenador do serviço de cirurgia vascular do hospital, Carlos Alberto Azulay Júnior, explicou que a cirurgia com VNUS é a mais moderna do mundo, mais rápida e facilita a recuperação do paciente. “Dura cerca de 60 minutos e o paciente fica em torno de 12 horas em observação. Na técnica convencional a cirurgia dura cerca de duas horas e o paciente precisa aguardar 24 horas no hospital depois da cirurgia”.
Durante o Mutirão, oito pacientes foram submetidas à cirurgia pela técnica convencional, que é realizada com o paciente sob anestesia peridural ou raquidiana (que anestesia da cintura para baixo). Com o bisturi, são realizados cortes na perna na altura da veia doente.
As varizes são veias dilatadas que se desenvolvem debaixo da pele. Por possuírem um mau funcionamento, acumulam sangue e aumentam a pressão dentro das veias. Elas causam redução da qualidade de vida provocando inchaço, dores, além de prejuízos estéticos. Atualmente, o Hospital Tarquínio Lopes Filho tem cerca de 120 pessoas na fila de espera por uma cirurgia de varizes.
Carlos Alberto Azulay Júnior disse que a cirurgia é comum porque 18 a 20% da população apresenta o problema. “A demanda pela cirurgia é muito grande em todo o estado e todos os dias são realizados este tipo de procedimento. O Mutirão é necessário para que possamos diminuir a fila de espera”. Segundo explicou, dos quatro milhões de maranhenses, 800 mil pessoas tem problemas de varizes. Em São Luís são 200 mil pessoas.
Leidinalva Serra Cutrim, secretária de uma empresa privada no município de Viana, foi uma das primeiras a ser submetida ao tratamento de varizes por radiofrequência. Ela disse que as varizes incomodam porque inflamam e dificulta sua locomoção. “Tenho certeza que o sangue agora vai circular normalmente”.
A radiofrequência é uma alternativa de tratamento minimamente invasivo com menos dor e menos hematomas quando comparada à cirurgia convencional de retirada da veia safena. Um cateter é colocado na veia doente, que aquece a parede da veia através da radiofrequência, contraindo-a. Isso faz com que o sangue circule através das veias saudáveis. A trabalhadora rural Joselina Pereira da Silva também foi submetido ao procedimento. “Vou tomar todos os cuidados pós-operatório necessário para que não volte a apresentar problemas de varizes”, afirmou.
Demanda - O Hospital Tarquínio Lopes Filho faz, em média, 220 atendimentos ambulatoriais por mês de pessoas com varizes, e a maioria é de casos mais graves e que precisam de cirurgia com mais urgência. A média de cirurgias realizadas pela equipe médica é de 20 por mês. A equipe do hospital conta com cinco médicos especializados na área e que fazem todo o atendimento ambulatorial, exames e cirurgias.
No mutirão, os procedimentos foram realizados pela equipe de cirurgia vascular do Hospital Tarquínio Lopes Filho, composta por Carlos Azulay, Jelson Bui, Sérgio Botelho, José Teixeira Junior e Raimundo Teixeira. O presidente da Sociedade Maranhense de Angiologia e Cirurgia Vascular, Paulo Ribeiro, e o chefe do serviço de cirurgia vascular do Hospital Universitário Sebastião Brito, além de outras equipes de cirurgia vascular do estado, também participaram do mutirão. As cirurgias também contaram com a presença do médico paulista Leonardo Maklouf, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Internacional de Cirurgia Endovascular, e coordenador do serviço de cirurgia vascular dos hospitais Bosque da Saúde e Villa Lobos. (Concita Torres)