Em todo o Estado, a meta é de 20 empresas para o programa, sendo que seis já estão inseridas e já apresentam resultados

Focar na melhoria de produtividade das pequenas e médias empresas do setor industrial. Esse é o principal objetivo do Programa Brasil Mais Produtivo, que visa a melhoria de resultados nas unidades empresariais a partir de correções rápidas no processo produtivo, sem necessidade de grandes investimentos em infraestrutura. No Maranhão, o programa que foi lançado em junho de 2016, já alcançou números significativos em indústrias do setor moveleiro de Imperatriz, São Luís e São José de Ribamar, com registro de aumento da produtividade em média de 60%. Idealizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a iniciativa é do governo federal, e coordenada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Em todo o Estado, a meta é de 20 empresas para o programa, sendo que seis já estão inseridas e já apresentam resultados. Nesse grupo, nenhuma empresa teve resultado abaixo da meta, de aumento de no mínimo 20% na produtividade. Na média, o crescimento foi de 60%, mas a indústria de portas e móveis, Horizonte Madeiras, com sede em Imperatriz, registrou expansão de 114% na produtividade em um setor específico da produção.
O diretor geral da Horizonte Madeiras, Daniel Marra, conta que o programa foi um divisor de águas dentro da empresa. "Sentimos uma melhora significante com a adesão desse programa que não só beneficiou a empresa, mas também os funcionários no sentido de motivá-los e conscientizá-los para algumas práticas. Houve uma grande evolução proporcionada por meio da consultoria, especialmente na economia de material no setor de acabamento, a diminuição de desperdícios de matérias-primas, tudo isso aliado às ações pontuais de lógica de produção e organização do chão de fábrica. Fizemos alterações simples, mas que fizeram toda diferença no resultado de trabalho e custos".
Durante o processo de consultoria, a metodologia usada pelo SENAI é a 'manufatura enxuta' (lean manufacturing), baseada na redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. As intervenções são de baixo custo - a metodologia utiliza a estrutura física, tecnológica e humana da própria indústria.
Além disso, para obter a ampliação da produtividade, avaliam excesso de estoque, disposição inadequada dos espaços de trabalho, falta de organização de peças e insumos, como ferramentas, e ausência de padronização de cada etapa de montagem.
A Átala Colchões também conseguiu resultados consideráveis na melhoria do seu processo de produção, com aumento na produtividade de 80% no setor da fábrica selecionado para a consultoria.  Para o diretor comercial da empresa, Edson Ribeiro, a evolução proporcionada pela consultoria do SENAI foi essencial para a gestão do negócio e melhoria dos resultados. "Os resultados com a produtividade e eficiência são expressivos, e o melhor, com alterações simples. No nosso caso, fizemos alterações de layout no chão de fábrica com remanejamento de pessoal que nos renderam excelentes resultados na produção, além da melhoria da qualidade por meio da conscientização dos colaboradores", avalia.
Em Imperatriz, a indústria Salenro Móveis Planejados também está no Brasil Mais Produtivo alcançando resultados acima dos esperados. Em São Luís, participam a Maranhão Colchões e a Cazdol Colchões, assim como a Inova Ambientes, que funciona em São José de Ribamar, a primeira a aderir ao programa.
É válido destacar, ainda, que inicialmente a demanda foi concentrada somente no setor moveleiro, porém já existe articulação do SENAI Nacional e SENAI-MA, junto ao Governo Federal para expandir o programa para mais dois setores de grande expressividade no cenário industrial maranhense: os de alimentos e bebidas e de vestuário e calcados.
"Em todas as empresas inseridas até agora no Maranhão houve ganho de produtividade acima da média estabelecida pelo programa. O Brasil Mais Produtivo é uma das ferramentas do SENAI para aumentar a competitividade das indústrias. Quanto mais empresas participarem mais ganho elas terão, o que é fundamental, especialmente nesse momento de crise", destaca o diretor regional do SENAI e superintendente do IEL, Marco Antônio Moura da Silva.

Como participar - Podem participar do programa, indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, voltadas para o setor moveleiro e que tenham entre 11 a 200 empregados. Os interessados devem realizar o cadastro no site do Governo Federal www.brasilmaisprodutivo.gov.br, e, após terem cadastro aprovado, receberão visita técnica para constatar se estão aptos a participar. Os contratos devem ser assinados até junho de 2017, já que o programa encerra em setembro deste ano.
Mais informações podem ser buscadas também no Sindicato das Indústrias de Móveis de Imperatriz e Região (Sindimir), localizado na Rua Bahia,611, pelo telefone 3254-8624 ou ainda na própria unidade do SENAI, em Imperatriz. Em São Luís, o contato deve ser feito com o Departamento Regional do SENAI, no bairro da Cohama, ou pelo telefone (98) 2109-1872.