Visando à troca de conhecimentos e o compartilhamento de ideias sobre pesquisa e extensão na graduação em Medicina e entre profissionais da saúde em âmbito regional e nacional, foi realizado, nos dias 6 e 7, na Universidade Federal do Maranhão, Câmpus Imperatriz, o I Fórum de Iniciação Científica em Medicina (Ficmed), com o tema "Iniciação Científica na Graduação de Medicina".
A conferência de abertura, intitulada "Possibilidades e oportunidades de iniciação científica na graduação de Medicina", foi realizada pelo professor e neurocirurgião Edem Moura de Matos Júnior, que falou da importância de discutir sobre publicações, artigos e projetos de pesquisa e extensão na academia.
"É necessário e importante colocar em pauta dentro da graduação as possibilidades e oportunidades que o aluno de Medicina tem dentro do curso para produzir projetos de pesquisa e extensão. Gosto de afirmar que um discente nunca deve negar ou desistir de uma pesquisa porque ela não tem uma bolsa de incentivo, pois as experiências proporcionadas pelo projeto na vida acadêmica, profissional e muitas vezes, na vida pessoal, são gratificantes", frisou Matos Júnior.
Para a professora Rossana Marques, coordenadora do evento, o conjunto de minicursos, palestras e apresentações de trabalhos científicos em um fórum com essa temática só potencializa a confiança e o pensamento crítico dos alunos na graduação.
"Rodeados acerca da temática principal, temos no fórum atividades em que é apresentado aos alunos o passo a passo da iniciação científica, desde como formular um projeto de pesquisa, onde cadastrar, como conseguir um financiamento e como trabalhar com dados estatísticos, apresentando também, questões específicas da área médica, como o manejo do paciente crítico até a prescrição medicamentosa", detalhou.     
De acordo com o diretor do Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Daniel Duarte Costa, o I Ficmed mostra a importância da pesquisa dentro do curso de Medicina. "Muitas pessoas, ao ingressarem no ensino superior, não têm entendimento correto dos pilares ensino, pesquisa e extensão. Pensam que a vida acadêmica é apenas assistir às aulas, mas também participar de toda essa experiência acadêmica", pontuou.
Na ocasião da solenidade de abertura do evento, também esteve presente o Secretário Municipal da Educação de Imperatriz, Josenildo José Ferreira, que expôs sobre o impacto positivo que as pesquisas refletem na sociedade. "É necessário que o Brasil tenha profissionais que consigam desenvolver a área científica, principalmente, no campo da Medicina, e que tenhamos o poder da pesquisa no território nacional para que, em futuro próximo, possamos baratear todos os custos que envolvam questões médicas do país", destacou.
Nos dois dias de realização do Fórum, os discentes da UFMA e de instituições de ensino da cidade e região, expuseram trabalhos científicos dos mais variados temas em uma sessão de pôster. Mais de duzentos trabalhos foram inscritos por acadêmicos do Maranhão, Tocantins e Pará no evento.
Estudante do segundo período de Medicina, James Henrique Silva apresentou um projeto científico, fruto de uma análise do desempenho de discentes cotistas e não cotistas do curso, apontando possíveis fatores que influenciam diretamente a vida acadêmica desses dois grupos. 
"Trabalhamos com uma amostra inicial de cem acadêmicos, mas temos a intenção de ampliar e ver, de forma geral, como está o desempenho dos acadêmicos no curso, se há desigualdade entre cotistas e não cotistas e os fatores que podem influenciar o desempenho desses dois grupos na universidade. É um trabalho com aspectos sociais e voltado para políticas públicas, mas que, ampliado, pode ter um grande significado na comunidade científica", declarou.