Domingos Cezar
Açailândia - Hoje mais do que nunca a família, que tem como patriarca o pecuarista Valter Figueiredo, sente a necessidade da realização de exames mais aprofundados em um centro mais adiantado que consiga diagnosticar a doença misteriosa que já matou cinco membros da família. Tal doença vem acelerando e somente no último ano três membros da família perderam suas vidas de maneira não compreensível para os médicos que os atenderam.
O último deles, o jovem Danilo Bom Jardim Figueiredo, 26 anos, morreu na semana passada no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e foi enterrado no cemitério Campo da Saudade, em Açailândia, no último sábado (22). Danilo, que é o primeiro sobrinho que perde a vida atacado pela doença misteriosa, era filho da senhora Rosilane Bom Jardim e neto do casal Maria das Dores e Valter Figueiredo. O jovem era funcionário público municipal e servia na Secretaria de Saúde.
Uma das mais pioneiras famílias de Açailândia, o patriarca Valter Figueiredo acompanhou as mortes dos filhos Wanderley Figueiredo, que morreu em 1997 de uma doença não esclarecida; depois veio Mazinho Figueiredo, que também veio a óbito anos depois, porém a doença não foi diagnosticada. Em outubro do ano passado, a família perdeu o pecuarista Ivan Figueiredo, que a exemplo dos demais sentiu fortes dores de cabeça e foi trazido para o Hospital Santa Mônica, em Imperatriz.
Ao ser atendido, os médicos, como de praxe, solicitaram todos os exames necessários visando diagnosticar a doença, mas de acordo com o médico Bene Camacho, nada foi detectado nos exames. Ele então voltou para casa, mas logo depois sentiu novamente fortes dores de cabeças, febre e vômito. Ao retornar para a casa de saúde, os médicos detectaram apenas perda de memória. Não resistindo às fortes dores, Ivan Figueiredo, cidadão bastante conhecido em Açailândia, veio a falecer.
Durante o enterro de Ivan, seu irmão José Figueiredo começou a sentir dores de cabeça quando ainda se encontrava no cemitério. Ao retornar para a sua residência, as dores aumentaram, quando então os familiares o encaminharam ao hospital. Os médicos que o atenderam tomaram a mesma precaução solicitando os exames que eles consideravam necessários. Da mesma forma que Ivan, o irmão José começou a perder memória e logo veio a falecer.
Em entrevista concedida à imprensa, o médico Bene Camacho, que recebeu total apoio de seus colegas médicos que formam o corpo clínico do Hospital Santa Mônica, disse apenas suspeitar que a misteriosa enfermidade esteja ligada ao cromossomo masculino, uma vez que somente os homens da família são acometidos da doença. Para Camacho, trata-se de um problema ligado a genética, na formação desses cromossomos, mas que devem ser estudados com mais profundidade em centros mais adiantados, visando evitar outras mortes.
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