Dom Vilson Basso e Dom Francisco Lima abrem a apresentação da encenação do grupo das duas dioceses
O ambientalista Domingos Cezar faz o encerramento conclamando a todos a preservar os rios maranhenses

Milhares de romeiros e romeiras de centenas de Paróquias que compõe as doze Dioceses do Maranhão marcaram presenças nos dias 21 e 22, em Caxias, participando da 13ª Romaria Regional da Terra e das Águas, que teve como tema: Água e Terra, fontes de vida, dons de Deus e direito de todos, e lema: Senhor, dá-me desta água. (João 4:15).
O evento religioso foi aberto às 18h00 do dia 21, quando os anfitriões, Dom Sebastião Lima Duarte, bispo da Diocese de Caxias e o prefeito Fábio Gentil proclamaram as boas vindas aos romeiros das mais diversas e longínquas regiões do Maranhão. "A cidade de Caxias acolhe a cada um com carinho", observou Dom Sebastião Duarte.
A partir de então teve início a programação musical e apresentações artísticas de diversas paróquias, representando os quilombolas, as quebradeiras de coco, os ribeirinhos, os pescadores, os indígenas, a festa do Divino que ainda resistem em algumas regiões do estado, as danças folclóricas, como o coco e o bumba-meu-boi.
Da região tocantina participaram as Dioceses de Imperatriz e Carolina, as quais, em parceria fizeram uma bela apresentação mostrando aos presentes a devastação de nossas florestas, a derrubada indiscriminada das matas ciliares dos rios, riachos, lagos e restingas, bem como o avanço do agronegócio, com o cultivo da soja e milho.
Dom Vilson Basso e Dom Francisco Lima, bispos das dioceses de Imperatriz e Carolina, respectivamente, abriram a apresentação falando da importância do rio Tocantins para essas duas importantes cidades tocantinas. Ambos demonstraram suas preocupações com a chegada das grandes indústrias e o avanço do agronegócio na região.
Em cena teatral, o grupo de homens e mulheres sob a direção da Irmã Virgínia Pitangy encenaram uma peça teatral mostrando quando o rio Tocantins ainda era conhecido como majestoso. Em seguida denuncia o desmatamento de suas matas ciliares das suas nascentes, tornando-o hoje um rio que necessita de urgente preservação. 
Ao encerrar a programação, o ambientalista Domingos Cezar, diretor da Fundação Rio Tocantins, fez um breve relato da situação observando com números que o rio nos últimos 39 anos perdeu 2/3 de sua capacidade. "Que possamos ouvir o clamor do Papa Francisco no Laudato Sí, nos conclamando a preservar e proteger, os rios, as florestas, os povos originários, a nossa Casa Comum", concluiu. 
A programação do pátio foi suspensa às 07h00 doa dia seguinte, quando teve início a caminhada (peregrinação) por oito quilômetros das principais ruas e avenidas de Caxias. Com cantos, louvores e rezas, os romeiros eram recebidos com palmas pelos moradores dos logradouros por onde passava a multidão até ser despedida às 09h00 por Dom Sebastião Duarte.
Participaram ainda como autoridades eclesiais no evento, o bispo da Arquidiocese de Belo Horizonte (BH), atual presidente da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Walmor Oliveira de Azevedo; o bispo da Arquidiocese de São Luís (MA), Dom João Belisário da Silva e o bispo emérito Geraldo Dantas de Andrade.