Cerca de 1,5 milhão de maranhenses possuem algum tipo de deficiência, segundo o IBGE (dados de 2010). Somente em São Luís, cerca de 250 mil pessoas se enquadram no perfil e boa parte desta população é considerada apta para o trabalho e, cada vez mais, as empresas buscam esta mão de obra para os seus quadros.
De acordo com a assistente social Anselma Viégas, da construtora Queiróz Galvão, além do atendimento à lei de cotas – a lei nº 8213/91, que determina a contratação de 2 a 5% de trabalhadores com algum tipo de deficiência em empresas com mais de cem funcionários – a absorção de trabalhadores nesta condição integra um programa de responsabilidade social da empresa.
“A pessoa com deficiência é uma mão de obra que demonstra muito interesse em crescer, em aprender e a se firmar no mercado. Este é um ponto positivo no perfil do trabalhador e nossa empresa tem interesse em procurar outros programas que favoreçam esta contratação”, observou Anselma, que nesta manhã de sexta-feira (1º), representou a construtora durante o Dia D de Encaminhamento de Pessoas com Deficiência, evento promovido pela Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidária (Setres), através do Sine-MA, que ofertou cerca de 90 vagas exclusivas para esse público.
Para José Antônio Heluy, secretário da Setres, o Dia D busca agilizar o encontro entre a empresa parceira e o candidato ideal para a vaga. “É um público prioritário e que gera grande interesse por parte das empresas parceiras. A ação tenta acelerar o processo de seleção e contratação, na maioria das vezes com sucesso garantido”, pontua.
Ação - As oportunidades desta terceira edição do Dia D vieram da Construção Civil, setor que vem aumentando o seu volume de contratações nos últimos dois meses no Maranhão, de acordo com dados do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho. Pela natureza do setor, boa parte das vagas foi direcionada para o setor administrativo das empresas ofertantes.
O trabalhador Evilson Cantanhede foi um dos candidatos que compareceram à ação do Sine e já saiu contratado para a função de auxiliar de escritório. Ele conta que uma doença que provoca o nascimento de tumores nos ossos e impõe limitações à sua rotina, mas nunca o impediu de estar no mercado de trabalho. “Fiquei desempregado por sete meses e o Dia D já me trouxe de volta para o mercado”, comentou.
Esta foi a terceira edição do Dia D de Encaminhamento de Pessoas com Deficiência, que já colocou cerca de 120 trabalhadores nessa condição no mercado de trabalho. Esta foi a primeira ação voltada para um setor específico e a coordenação do Sine-MA informa que empresas de outros setores da economia terão ação similar até o fim deste ano.