Vaqueiros acompanharam a votação no Senado do projeto que reconhece e regulamenta a profissão

O deputado Fábio Braga (PMDB) anunciou, durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, que a governadora Roseana Sarney (PMDB) sancionou um projeto lei, de sua autoria, aprovado por unanimidade no poder Legislativo Estadual, instituindo o Dia do Vaqueiro Maranhense. A comemoração da data será no dia 22 de agosto.
O parlamentar afirmou que, com a criação do dia estadual do vaqueiro, todos os 42 deputados com assento na Assembleia Legislativa homenagearam os bravos e destemidos cidadãos maranhenses, cuja labuta diária é o manejo e condução de espécies animais bovinos, bufalinos, equinos, muares, caprinos e ovinos.
Para Fábio Braga, tipo étnico, o vaqueiro é a figura central de uma fazenda e se destaca como um homem destemido que desempenha um trabalho árduo e contínuo, pois passa a maior parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda, vigiando as espécies de animais e fiscalizando. "É uma justa homenagem a esses homens que merecem um dia para comemorar", afirmou.
Fábio Braga comentou que o deputado federal maranhense Carlos Brandão é o autor da Lei 11.928/2009, que instituiu o Dia do Vaqueiro Nordestino, comemorado anualmente no terceiro domingo do mês de julho. A celebração coincide com a Missa do Vaqueiro, marco do calendário sertanejo e manifestação de fé realizada anualmente no município de Serrita, no Estado de Pernambuco.
Em aparte, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), elogiou a iniciativa do deputado Fábio Braga em promover a justa homenagem a todos os vaqueiros maranhenses. Melo disse que pelo trabalho árduo que desempenham em todos os rincões do Maranhão, os vaqueiros merecem a homenagem prestada pelo poder Legislativo Estadual.
São Raimundo dos Mulundus - Na oportunidade, Fábio Braga destacou que o Dia do Vaqueiro Maranhense é também uma homenagem ao Santo Vaqueiro São Raimundo Nonato dos Mulundus, festejado todos os anos por milhares de devotos do Maranhão e do Brasil no período de 22 a 31 de agosto, na cidade Vargem Grande, na microrregião do Itapecuru.
A história conta que Raimundo Nonato era um vaqueiro do povoado de Mulundus e teria morrido na lida para pegar o gado na caatinga e, com o passar dos tempos, levou fama de milagreiro na região. O peão foi transformado em santo e venerado pelos escravos e moradores, após o milagre que salvou a vida do dono da fazenda.
De acordo com a história, o corpo do falecido vaqueiro Raimundo Nonato desapareceu, surgindo hipóteses apontadas pelo escritor (já falecido) vargem-grandense Jether Joran Martins: "A Igreja o teria levado para Roma; subiu ao Céu; o povo o carregou etc." (Histórias & Estórias da Minha Cidade, 2002).

Profissão de vaqueiro
Durante o pronunciamento, o deputado Fábio Braga destacou ainda que o Plenário do Senado aprovou, na terça-feira (24), o Projeto de Lei da Câmara (PLC), que reconhece e regulamenta a profissão de vaqueiro. A proposição, que segue agora para a sanção da presidente Dilma Rousseff (PT), define o vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas.
De autoria dos ex-deputados Edigar Mão Branca e Edson Duarte, o projeto de lei estabelece que a contratação dos serviços de vaqueiro a partir de agora é de responsabilidade do administrador - proprietário ou não - do estabelecimento agropecuário de exploração de animais de grande e médio porte, de pecuária de leite, de corte e de criação. O projeto garante também carteira assinada e aposentadoria para os vaqueiros.