Deputado Raimundo Cutrim: Forças Armadas correm o risco de ser desmoralizadas

O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) voltou a falar, na sessão dessa quinta-feira (16), sobre a atuação das Forças Armadas no Espírito Santo durante a greve da Polícia Militar. O parlamentar disse concordar com um depoimento de um coronel, no qual afirma que as Forças Armadas não estão preparadas para atividade nas áreas urbanas.
"As nossas Forças Armadas não estão preparadas para atividade nas áreas urbanas. É um fato que deve ser usado com muita coerência, com muita responsabilidade de quem autoriza e de quem manda executar o serviço. Esse militar faz alguns comentários corretos e nos comentários chega a dizer que as Forças Armadas correm o risco de serem desmoralizadas, porque eles não são treinados para esse tipo de serviço em áreas urbanas", contou.
Cutrim explicou que o treinamento das Forças Armadas é para outra atividade diversa do que estão fazendo no Estado do Espírito Santo, mas até hoje o Congresso Nacional não regulamentou o direito de greve em serviços essenciais.
"Nós temos que resolver isso de imediato. Não podemos estar empurrando com a barriga e deixar as coisas ocorrer, porque a nossa Constituição é de 88 e até hoje não foi regulamentada greve em serviços essenciais", avaliou.
De acordo com o deputado, as paralisações precisam ser proibidas por greves de policias militares e bombeiros atingem a coletividade. "Evidentemente, que os policiais militares, ao tomar posse e entrar em exercício, têm o juramento deles. E também houve outras críticas quanto à falta de atenção pelos governos federal e estadual pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros. Eu até vi uma matéria também fazendo uma comparação do Poder Judiciário e Ministério Público que tem algumas vantagens, bem como vale alimentação e outras coisas parecidas, que não dá direitos aos policiais militares", enfatizou.
Na avaliação do parlamentar, era preciso que o Governo Federal fizesse intervenção para assegurar a entrada das Forças Armadas no Estado. "Só mediante um decreto do presidente da República que isso poderia se tornar legal e as forças auxiliares ficassem sob o comando das Forças Armadas e sob, também, o regime do RDE. Aí tudo bem, mas da maneira que estão fazendo realmente é perigoso. As Forças Armadas não estão preparadas para esse tipo de trabalho em área urbana. As Forças Armadas são preparadas para uma atividade diversa dessa nossa do dia a dia", finalizou. (Waldemar Ter / Agência Assembleia)