Sabatinada no programa Roda Viva, da TV Cultura, Calmon foi indagada sobre fama de ser “brava”. “Eu sou temida. Muitas vezes eu resolvo problemas graves com as corregedorias locais com um telefonema”, respondeu. A Loman (Lei Orgânica da Magistratura) precisa ser modificada para adequar as punições à atualidade, disse Calmon.
Hoje, as penas previstas na lei vão da advertência à aposentadoria compulsória. “Aposentadoria não pode ser punição para ninguém. Foi no passado, mas agora não dá mais”, afirmou. A corregedora disse que a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) chama as atuais formas de punição de “prerrogativas”. “Eu digo que isso não é prerrogativa, é velharia. Isso é estar absolutamente fora do contexto da Constituição de 1988”, disse.
Calmon também defendeu a ampliação dos tipos de penalidades para os desembargadores (magistrados que atuam nos tribunais de segunda instância). Hoje eles só podem ser punidos com as penas que vão de remoção a aposentadoria, mas em caso de irregularidades menos graves não há como aplicar penalidades a esses magistrados. Ao ser indagada sobre a propostas de greve formuladas por associações de juízes, ela lembrou que os magistrados de primeira instância têm remuneração equivalente a 42 salários mínimos.