Centenas de participantes, entre representantes do poder público e da sociedade civil, acompanharam a abertura da III Conferência Estadual de Cultura (CEC), realizada pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), na tarde/noite da quarta-feira (11), no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana (Cohafuma). Esta edição tem como tema “Uma Política de Estado para a Cultura: Desafios do Sistema Nacional de Cultura”.
As atividades da Conferência continuaram nessa quinta-feira (12), com palestras, debates, exposições e a eleição dos delegados que participarão da Conferência Nacional, a ser realizada em Brasília, no mês de novembro. O vice-governador Washington Luiz lembrou a importância cultural do Maranhão, formado pela diversidade de seu povo e ressaltou o papel da conferência estadual para a aproximação entre a sociedade e os poderes públicos.
“O Governo do Estado fez avanços importantes na área da cultura, como a regulamentação e estruturação do Fundo de Cultura e a reinstalação do Conselho Estadual de Cultura. E esse encontro é o ponto de partida para a construção democrática e coletiva do Plano Estadual de Cultura, que vai nos ajudar a definir as diretrizes e os rumos do setor no Maranhão”, afirmou Washington Luiz.
A secretária Olga Simão, que é presidente do Conselho Estadual de Cultura, assinalou que mais de 120 municípios realizaram as conferências municipais, etapa primordial para a realização desta Conferência Estadual. “A cultura que nasce, se propaga e perpetua através das gerações, conta com a força das raízes. Por outro lado, impõe-se às instituições e a sociedade civil o dever de caminhar juntos para que o fazer cultural seja também o esforço de criar condições, facilitar e assegurar a manutenção dos valores que convivemos, enfim, de pensar uma política de Estado para a cultura com a participação de todos”.
Participaram da solenidade os secretários de Estado do Turismo, Jura Filho; e de Direitos Humanos, Luiza Oliveira; o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo; coordenadora-geral de Instrumentos de Gestão do Sistema Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), Telma Olivieri; deputados Roberto Costa e Zé Carlos Nunes; a mestra da Cultura Popular Zelinda Lima; o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar; a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bógea; e o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Gonçalves.
A coordenadora-geral de Instrumentos de Gestão do Sistema Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), Telma Olivieri, ressaltou que o desafio proposto pela Conferência é grande, pois está incorporado ao tema do evento, que é criar uma política de Estado para o setor.
“A cultura está presente no dia a dia de todos nós. O tamanho e a diversidade cultural que o Maranhão tem mostram o quanto o fazer cultural está em todos os lugares, desde os municípios menores e as pessoas mais simples, todo mundo tem seu jeito de se comunicar e isso é um fazer cultural. A cultura é uma alavanca, um marco, na possibilidade das pessoas serem cidadãs, com o direito de se comunicar”, afirmou Telma Olivieri.
O jornalista e pesquisador José Reinaldo Martins, representante da Secretaria de Estado de Comunicação Social no Conselho Estadual de Cultura, enfatizou que o setor tem de ser norteado pelo planejamento. “Essa é a melhor estratégia para executar as ações, com a destinação de recursos para os grupos e setores menores e mais representativos que realmente necessitam de apoio público. Outros grupos e setores devem ingressar em uma nova fase dentro do setor privado, gerando bens, produtos, receita em termos de imposto e empregos”.
Para o delegado do município de Raposa, representando a área da música, Marcos Garcia, o encontro traz ganhos para toda a sociedade. “Essa é uma iniciativa que incentiva a sociedade civil a participar ativamente, fortalecendo os grupos organizados e os fóruns de discussão. E um momento como esse, de discussão coletiva, é muito importante para a cultura maranhense”, avaliou.
Já o prefeito de Alcântara, Domingos Araquem, lembrou que é fundamental a participação dos Municípios na Conferência. “Temos que estar integrados com o Sistema Nacional da Cultura, e a realização desse encontro propicia aos gestores públicos conhecer o sistema e incorporar nos municípios ações para desenvolver a cultura, produzindo também emprego e renda para a população”.
Discussões - Na programação dessa quinta-feira (12), segundo dia de atividades da III Conferência Estadual da Cultura, estava pautada a discussão de grupos de trabalho, divididos por eixos temáticos. O debate enfocou Implementação do Sistema Nacional de Cultura; Produção Simbólica e Diversidade Cultural; Cidadania e Direitos Culturais e Cultura e Desenvolvimento. Exposições e a eleição dos delegados para a Conferência Nacional, que acontecerá em Brasília, no mês de novembro, também fizeram parte da programação.
A III CEC reúne representantes de mais de 120 prefeituras e tem a participação de mais de 600 delegados – escolhidos durante as conferências nos municípios – além de representantes do Ministério da Cultura, Governo do Estado, convidados e observadores.
O Centro de Convenções abrigou diversos estandes de órgãos da Secma, como a Casa de Cultura Josué Montello, Museu Histórico e Artístico, Casa de Nhozinho, Teatro Arthur Azevedo, Centro de Artes Cênicas e Escola de Música do Estado do Maranhão, que apresentaram ao público as atividades desenvolvidas em casa um desses espaços. No estande da Biblioteca Pública Benedito Leite foram expostos clássicos da literatura. Um dos destaques do estande ficou por conta dos livros em Braille, uma maneira encontrada para fortalecer a acessibilidade ao conhecimento.
“Com os resultados que teremos aqui durante esses dois dias de debates, incluindo as instituições tanto no âmbito municipal, estadual, federal e a sociedade civil, escreveremos juntos mais uma página da cultura maranhense”, reforçou Olga Simão.
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