Agência Brasil

O julgamento de Antério Mânica, acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos mandantes da chacina de Unaí, em Minas Gerais, começou ontem (4), em Belo Horizonte. Ao todo, serão ouvidas 16 testemunhas de acusação e seis de defesa. A previsão é que a sentença saia na noite da próxima sexta-feira.
Em 28 de janeiro de 2004, os auditores-fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram executados quando se preparavam para fiscalizar fazendas de feijão da zona rural da cidade. Havia a suspeita de que os trabalhadores foram contratados irregularmente.
Na semana passada, a Justiça condenou o fazendeiro Norberto Mânica, irmão de Antério Mânica, e o empresário José Alberto de Castro pelo crime de quádruplo homicídio, triplamente qualificado, por motivo torpe, mediante paga e sem possibilidade de defesa das vítimas. Norberto Mânica recebeu pena de 98 anos, seis meses e 24 dias. Castro foi condenado a 96 anos, cinco meses e 22 dias.
Antério foi eleito prefeito de Unaí para o período de 2004 a 2008. Durante o mandato, tinha direito a julgamento em foro especial e, por esse motivo, seu processo tramitou em separado ao dos outros acusados.
Último réu envolvido no processo, Hugo Alves Pimenta, depois de firmar acordo de delação premiada, teve o processo desmembrado e começa a ser julgado na próxima terça-feira (10).