O deputado César Pires (DEM) defendeu, na sessão dessa segunda-feira (27), equilíbrio e “respeito” às posições dos oposicionistas. Pires disse que foi líder de oposição e de governo, mas que “nunca tentou macular a vida de quem quer que seja sob o ponto de vista pessoal”.
César Pires fez um apelo para que os ânimos sejam serenados e que os ataques pessoais deixados de lado. “Temos que ser precavidos, ter maturidade, temos que ter capacidade. Eu na minha vida, como líder de oposição e depois líder de governo, nunca me apropriei da minha situação para poder tentar macular a vida de quem quer que seja sob o ponto de vista pessoal. Tanto é que nutri com a oposição um nível de entendimento fortíssimo durante o tempo em que fui líder de governo, fazendo prevalecer o meu talento, a criatividade, a minha capacidade cognitiva de interpretação e jogar para fora aquilo que eu entendia como o pressuposto básico da dignidade ou dos erros dos governos aos quais estavam aí”, garantiu.
O deputado do DEM citou uma frase que ele sempre recorreu em plenário, de autoria de Rui Barbosa, para fazer um apelo. “Eu diria assim desse meu sentimento, de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da honra e a ter vergonha de ser honesto”, citou.
Revelou que chegou a convidar o então líder do Governo Jackson, deputado Edivaldo Holanda (PTC), para almoçar, com a finalidade de serenar os ânimos. Também citou com deferência os ex-deputados Luís Pedro, Mauro Bezerra, Domingos Dutra, Helena Heluy, Aderson Lago, Julião Amin, Rubem Brito e Graça Paz.
“Percebe-se, sem muito esforço, que era o governo com um grupo de deputados que se não bastasse a experiência, os talentos individuais de cada um faziam a diferença e no meio dessa tempestade dos vernáculos da vida, eu sustentei-me como líder de oposição. Ali, eu aprendi muito, aprendi a respeitar e em todo esse tempo, eu nunca usei o nome dizendo assim: ‘É pai desse, é mãe daquele, tio daquele, avó daquele, é deputado, ex-secretário e é secretário’”, garantiu.
De acordo com Pires, prova disso é que atravessou o Governo Zé Reinaldo e parte do Governo Jackson Lago e quando Edivaldo Holanda o levou para falar com Jackson, na época, na condição de primeiro secretário desta Casa, nada pediu. “Por que eu faço esse levantamento em relação a isso? Simplesmente por lembrar-me de uma frase de Ulisses Guimarães que disse assim: ‘O que não há necessidade de ser dito não deve ser dito, palavras quando saem equivocadas ou não, têm a incapacidade do retorno seja de que ordem’”.

Debate político
César Pires recriminou tanto governistas como oposicionistas e defendeu que se voltem ao debate político. “O que eu vejo aqui em determinado momento, sim, é uma falta de maturidade de ambas as partes no debate maior, levando o emocional acima da razão e dados, às vezes, que não contribuem com nada”, disse.
Pires citou mais uma frase, esta de Charles Chaplin, para tratar da questão: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”.
E ao encerrar o discurso, comparou: “Essa é a vida da nossa política. A eternidade não nos espera se nós não tivermos capacidade muito mais do que nos digladiarmos, mas na verdade mostrar os defeitos, e aqueles que assim a Justiça puder levar e os órgãos de fiscalização puder abocanhar que façam, mas que a gente continue de pé e não espere que um dia os teatros se abram para esse pouco talento que nós estamos vivendo aqui”. (Waldemar Ter / Agência Assembleia)