Professor Carlos Leen acompanhou de perto os conflitos e manifestações, registrando os acontecimentos registrados na construção da Hidrelétrica de Estreito

Raimundo Primeiro

“O Estreito Desenvolvimento: História dos Conflitos da Barragem” é o título do livro lançado pelo professor Carlos Leen Santiago, fruto de pesquisa realizada para conclusão do Curso de História, na Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Trata-se de uma dissertação acadêmica e militante dos eventos ambientais e socioeconômicos verificados durante e depois da construção da Hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, no município de Estreito (sul do Maranhão), a 126 km de Imperatriz.
Durante as pesquisas, Carlos Leen diagnosticou os principais problemas enfrentados pelas comunidades residentes nas proximidades do empreendimento, principalmente populações ribeirinhas e indígenas, chegando a participar de movimento que culminou com o fechamento da Rodovia Belém-Brasília (BR-010).
“Tudo que vi e ouvi, foi, na medida do possível, aqui descrito, porém sempre havia/houve um ponto de reflexão sobre o qual meditava com dedicada paciência”, destaca o autor.
Carlos Leen lembra que sempre retornava as suas constatações e as submetia ao plano da abstração subjetiva. Acrescentando, a propósito, que “só assim fui concluindo minhas anotações. Quero com isso dizer que não tenho a pretensão de descrever o meu objeto de pesquisa como algo dominado ou superado. Ao contrário, tudo é possível de novas incursões e conclusões pelo viés do estudo”.
O livro, editado pela Ética, tem prefácio do acadêmico Adalberto Franklin, da Academia Imperatrizense de Letras (AIL). Projeto apresentado como alavancador de desenvolvimento econômico e social aos moradores e autoridades da região, diz o editor sobre os trabalhos de construção da hidrelétrica, a obra foi diversas vezes paralisada pela Justiça “devido ao descumprimento de direitos fundamentais dos moradores e aos impactos negativos provocados à natureza.
O autor entende que o desenvolvimento tem de acontecer, sendo necessário, entretanto, que o processo aconteça com responsabilidade, visando o bem-estar da atual e das próximas gerações. O debate tem de envolver os diversos setores das comunidades, visando despertar o interesse das autoridades, sobretudo da esfera governamental. “Em sua essência, um discurso de que a humanidade permanece sem respostas sensatas no trato da sustentabilidade e a natureza em nome do ‘desenvolvimento’”.

Quem é o autor
Carlos Leen Santiago Santos, pesquisador e professor, com pós-graduação em Educação em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), e graduação em História pela Uema, atuando na área acadêmica no setor de Patrimônio Histórico, no Conselho Estadual de Cultura do Maranhão. Seus artigos são publicados no endereço eletrônico www.carlosleen.blogspot.com, com o autor expressando seu ponto de vista sobre diversos assuntos.