São Luís - Termina nesta quarta-feira (14) a segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, que está sendo realizada em todo o Maranhão desde o dia 14 de novembro. A campanha é desenvolvida pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima).
Além do prazo de vacinação, o criador maranhense deve ficar atento também para o período de comprovação da vacina, que vai até o dia 30 de dezembro. Essa comprovação é feita mediante apresentação da nota fiscal de compra do produto no escritório da Aged mais próximo da propriedade.
O secretário da Sagrima, Cláudio Azevedo, alerta que serão multados os criadores que não vacinarem e também aqueles que vacinaram e não comprovaram. “Estas advertências e multas estão previstas na Lei de Defesa Sanitária Animal do Maranhão”, informou o secretário.
O valor das multas varia de acordo com a situação do criador. Caso ele não vacine seus animais, a multa é de R$ 200,00 mais R$ 5,00 por cabeça de animal não vacinado. Se o criador vacinou seus animais, mas não comprovou com a nota fiscal no escritório da Aged, o valor da multa é de R$ 200,00.
O diretor geral da Aged, Fernando Lima, ressaltou que muitos criadores deixam para comprovar a vacinação nos últimos dias. “Muitos deixam para a última hora, mas estamos trabalhando para conscientizá-los para que comprovem logo após vacinarem seus animais”, afirmou Fernando Lima.
A segunda parcial realizada pela Aged aponta que nos primeiros 20 dias da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa foi comprovada a vacinação de cerca de 1,4 milhões de animais. Nesse mesmo período, 6.188.190 doses da vacina contra a doença foram comercializadas, o suficiente para imunizar 85,94% do rebanho do estado, estimado em 7,2 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos.
Nesta segunda etapa da campanha, a Aged e a Sagrima têm como meta vacinar 100% do rebanho maranhense, superando o índice de cobertura vacinal alcançado na primeira etapa, que foi de 96,59%, o maior dos últimos dez anos.
Para atingir este objetivo, os órgãos estaduais definiram várias estratégias de divulgação da campanha. O objetivo é conscientizar o criador maranhense quanto à importância da vacinação, que é um dos critérios do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Maranhão alcance a classificação sanitária de zona livre da febre aftosa.
Dentre as estratégias definidas pela Aged e Sagrima, nesse final de semana aconteceram várias mobilizações realizadas pelos escritórios da Aged, dando continuidade às ações iniciadas na semana passada. Também fizeram parte dessas estratégias os lançamentos oficiais ocorridos no início da campanha nas regionais de Imperatriz, Bacabal, Balsas e São João dos Patos, além das vacinações fiscalizadas, oficiais ou assistidas que estão sendo feitas pelos fiscais da Aged em áreas quilombolas, indígenas e de pequenos criadores.
Além da cobertura vacinal, outro critério do Mapa é a informatização do banco de dados da Aged, que já está sendo providenciado pelo órgão. Faz parte ainda do acordo com o governo federal a reestruturação e informatização dos escritórios regionais da Aged e a renovação da frota de veículos, que estão sendo providenciadas graças a um convênio assinado entre o governo estadual e o Mapa, no valor de R$ 6,5 milhões.
Zona livre da aftosa - A nova classificação sanitária do Maranhão está prevista para ser anunciada pelo Mapa em maio de 2012, após ser realizada a sorologia em aproximadamente 300 propriedades maranhenses, com o objetivo de comprovar a inexistência do vírus da aftosa no estado. O reconhecimento internacional deve acontecer em maio de 2013, pela Organização Internacional de Epizotias (OIE).
O chefe substituto do Serviço de Inspeção e Saúde Animal da Superintendência Federal da Agricultura, Roberto Carlos Negreiros de Arruda, informou que com a atual classificação de zona de médio risco, o Maranhão tem diversas restrições na comercialização de animais com outros estados classificados como zona livre. “Como são muitas restrições, o pouco que ainda se comercializa são animais de reprodução que precisam fazer sorologia e também ficar em quarentena tanto aqui no Maranhão como no estado para onde ele será levado, acarretando custos para quem vende e para quem compra”, explicou.
A expectativa da iniciativa privada e do governo estadual é de que a nova classificação abra novos mercados nacionais e internacionais, atraia novos investimentos para o estado e valorize a pecuária maranhense, caracterizada por gado de corte e que representa o segundo maior rebanho de bovinos do Nordeste e o terceiro maior rebanho de bubalinos do Brasil.
Nessa semana, a arroba do boi gordo praticada nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro - considerados zona livre da doença - variou entre R$ 90,00 e R$ 102,00.
No Maranhão, a arroba do boi está com o custo médio de R$ 90,00. “A possibilidade do estado ser classificado como zona livre já está refletindo na valorização do rebanho na região de Bacabal, por exemplo, que há cerca de dois meses comercializava a arroba por R$ 85,00”, afirmou o presidente da Associação de Criadores do Maranhão (Ascem), Marco Túlio Dominici. “A governadora Roseana Sarney reconheceu a importância da classe produtora do Maranhão, que responde por cerca de 22% do PIB do estado”, elogiou ele. (Vitória Castro)
Publicado em Regional na Edição Nº 14274
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