Regivaldo Alves
João Lisboa - A audiência pública aconteceu na manhã de segunda-feira (16), na Câmara Municipal, tendo ênfase na responsabilidade social das organizações.
Estavam presentes os vereadores João Filho, Val da Saúde, João Menezes, Roni Marcelino, Arcanjo Lima e Maria do Sindicato, além dos secretários Junior Madeira (Obras) e Alessandra (Agricultura) e os representantes da empresa SUZANO e VLI, o gerente de Logística Max Willyans, o analista Clóvis Fernandes e os coordenadores de Relações Institucionais, Flávio Moura e Mauro Rangel.
O presidente Francimar Carvalho abriu a sessão oferecendo espaço na utilização da tribuna para os vereadores realizarem explanações, logo em seguida a população e, por fim, o representante da Suzano.
Evaldo Seledor enfatizou a preocupação em relação à população. “Já foram realizadas diversas reuniões e nada foi feito. Esperamos que hoje possamos ter novidades positivas. Eu temo muito que aconteça alguma coisa muito grave. Não estou preocupado com o trem, e sim com o bem estar das pessoas que trafegam por aquela via. O que nós buscamos é que hoje possamos encontrar uma solução para nossos problemas. O viaduto vai resolver parte deste problema. Temos que tomar providência sobre a nova passagem feita no povoado Lagoa da Onça”.
O vice-presidente Nego da Edna, no uso da tribuna, iniciou perguntando quais benefícios vai receber o município de João Lisboa. “Não podemos esperar acontecer o pior. Queremos que a empresa possa utilizar essas áreas, mas também a população possa ser beneficiada. Não é um favor, e sim uma retribuição pela utilização de áreas do interior da nossa cidade”.
Para o prefeito Jairo Madeira, a Câmara de Vereadores está de parabéns pelo envolvimento nas questões importantes da cidade. “Não temos como negar que as obras, sendo efetivadas, geraram muitos empregos no Centro dos Carlos e no Bom Lugar. Mas, junto a estes empregos, tivemos muitos problemas. A prefeitura foi parceira da SUZANO e VLI para a resolução de todos os problemas. No entanto, o município não vem tendo nenhum tipo de benefício. Os viadutos não são um pedido nosso, e sim a resolução de um problema ocasionado pelo projeto criado pela própria empresa. Um viaduto para a Lagoa da Onça não seria nada fora do comum, mas sim para amenizar os transtornos. Queremos uma compensação pelas perdas que o município vem tendo. Até hoje, só temos problemas”.
A vereadora Val Mota ressaltou a problemática da parada do trem exatamente no trecho do Centro dos Carlos. “Em que momento nós poderemos utilizar a ajuda da empresa? Vemos muitos benefícios para a cidade de Imperatriz, no entanto para João Lisboa nada. As responsabilidades social, ambiental e econômica da sociedade não estão sendo respeitadas. O setor da celeuma é rural, esse desrespeito econômico está atrapalhando a distribuição de produção agrícola e leiteira. Aquela comunidade já se manifestou por vários dias. Na última houve mobilização desta Casa de Leis. Dependendo do posicionamento da empresa, a Câmara estará determinada a recorrer ao Ministério Público, como ocorreu no ano passado, quando, após um TAC, as demandas foram atendidas. Que a empresa possa olhar para a nossa população com mais seriedade e carinho”.
Um morador do povoado Bom Lugar, o professor César, destacou a necessidade da urgência em solucionar as problemáticas dos viadutos. “Estas obras precisam ser concluídas logo. Temos um grande problema que é a recuperação ambiental das áreas afetadas pelas obras de empresas que estiveram e outras que estão realizando a degradação”.
Quem esteve representando a empresa SUZANO, respondendo os questionamentos, foi o coordenador de Relações Institucionais, Flávio Moura, informando que o grande problema é a conclusão dos viadutos. O que originou o atraso na conclusão foi o destrato do contrato da primeira com a SUZANO. E já foi realizada uma licitação para a contratação de uma nova empresa. Em até 120 dias os dois viadutos estarão prontos.
“Essa é a nossa expectativa, depende também da negociação de terras. A parte da alça do viaduto sai da área de servidão e entra de fato dentro de áreas particulares. Estamos com muita dificuldade para a negociação destas terras, inviabilizando a finalização da obra”.
Ele ressaltou, também, sobre o questionamento para a construção de outros dois viadutos e as demandas das obras contempladas no projeto e outras que não estavam. “Vamos, em parceria com o município, buscar a viabilidade. Não foi contemplado no projeto inicial por não entendermos a necessidade mediante os estudos feitos. Sobre a biblioteca, quem realiza a execução é uma Ong, da qual somos mantenedores. O município viabiliza o local e a estrutura e a empresa entrega todo o acervo e capacitação de possas que vão trabalhar na biblioteca”.
Benefícios deixados pela empresa
“A contrapartida é o pagamento do ISS. Pagamos a compensação ambiental da obra para a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que através do Conselho Estadual analisam o melhor local para ser investido. No entanto, também foi gerado emprego e renda com a contratação de mão de obra local, além de cursos de capacitação”, destacou o coordenador.
João Filho relembrou a solicitação da perfuração de um poço artesiano no povoado Lagoa da Onça. “Até agora só temos problemas, passamos por cima da ferrovia no trecho da Lagoa da Onça, muito desprotegido. A comunidade até o momento não teve nenhum benefício atendido. Já solicitei a disponibilização da piçarra que está estocada nas proximidades da estrada para realizar a recuperação da vicinal”.
Flávio enfatizou que foi realizado um parecer que está sendo analisado pelo comitê e logo que sair a decisão sobre a possibilidade de perfuração do poço será repassado aos vereadores. “Sobre a questão da piçarra para a revitalização da estrada vicinal, vamos doar a piçarra e o município vai realizar a obra”.
Para o presidente, foi importante a presença de todos os convidados. No entanto, não estava satisfeito até acontecer a resolutividade dos problemas ora debatidos. “Nós estamos juntos para somarmos e contribuir. E a comunidade conte comigo para o que der e vier. Sinto-me satisfeito e com o dever cumprido em parte. Para mim, as diversas reuniões realizadas até agora não resultaram em ações positivas. Esperamos que após esta as coisas realmente funcionem. Não estou condenando os representantes da Suzano nem VLI. Estou realizando cobranças, que não é um pedido, e sim um direito da comunidade em ser atendida de forma concreta na solução dos problemas causados pela empresa”.
Comentários