Detalhe da homenagem ao carnavalesco Joãosinho Trinta

A escola Beija-Flor fez uma bela e exuberante homenagem às lendas e tradições maranhenses, na madrugada dessa segunda-feira (20), durante o desfile na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. O enredo “São Luís - O Poema Encantado do Maranhão” foi traduzido numa exaltação à história, cultura, literatura e música do estado. A passagem da agremiação, que também emocionou com uma reverência ao maranhense Joãosinho Trinta, empolgou o público e fez da escola uma das favoritas na disputa.
A governadora Roseana Sarney acompanhou o desfile na Sapucaí e disse estar confiante no bicampeonato da agremiação de Nilópolis, que em 2011 ficou em primeiro lugar. “A escola fez um desfile lindo. O Maranhão e São Luís agradecem o carinho da Beija-Flor em traduzir sua história em um enredo tão rico. Com certeza, depois de tudo o que foi visto aqui, só podemos esperar um bom resultado”, declarou a governadora.
Muitos outros maranhenses integraram o desfile da Beija-Flor. A escola inovou ao levar para a avenida um grupo de integrantes de bumba-meu-boi do Maranhão, usando as roupas tradicionais e dançando os passos da manifestação.
A sambista Alcione foi um dos destaques do carro “Athenas Brasileira e Jamaica Brasileira”, ao lado das cantoras Rita Ribeiro e Flávia Bittencourt, do artista plástico Salgado Maranhão, do estilista Chico Coimbra, dos compositores Augusto César Maia e Nonato Buzar, entre outros. O carro também teve a presença ilustre de José Bonifácio Sobrinho, Boni.
O bumba-meu-boi foi lembrado com um couro gigante e bordado no carro “O Encanto das Festividades”. A bateria, que ganhou o reforço do pandeirão, instrumento típico do Maranhão, e veio vestida com ricas indumentárias de amo de boi. Outros destaques foram o carro Abre-alas, fazendo referência à lenda da serpente encantada; e o carro-alegórico “O inverossímil imaginário ludovicense”, retratando histórias da capital maranhense, como a da Manguda.
A homenagem ao maranhense Joãosinho Trinta fez a escola reviver o enredo “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia”, com o qual o carnavalesco ficou em segundo lugar, mas entrou para a história dos carnavais brasileiros. Numa referência ao carro-alegórico que, na época, trazia o censurado Cristo Mendigo, a Beija-Flor mostrou uma escultura gigante de Trinta. Além disso, havia 250 pessoas vestidas de mendigos no chão e 250 em cima do carro.
“Já faríamos a homenagem a Joãosinho e, com a morte dele, decidimos resgatar esse enredo histórico. Tenho certeza, que ele, onde estiver, está feliz com o nosso desfile”, declarou Luís Fernando “Laíla” do Carmo, diretor de Harmonia da Beija-Flor, após o desfile.
A escola de Nilópolis, levou para a avenida 48 alas e 4 mil componentes. O samba, puxado por Neguinho da Beija-Flor, foi cantado em coro pelos integrantes. A Beija-Flor foi a sexta das sete escolas que desfilaram nesse domingo (19) e madrugada de segunda (20).