Sete homens acusados de atear fogo na área da Fazenda Mutamba

Marabá-PA - Sete homens acusados de atear fogo na área da Fazenda Mutamba, a 25 quilômetros de Marabá, sudeste do Pará, permanecem presos. Eles foram capturados durante operação conjunta das Polícias Civil e Militar nesse final de semana no município. O crime ocorreu devido à revolta de um grupo armado que se intitulava “sem-terra” após cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse da fazenda.
A ação policial foi comandada pelo delegado Alberto Henrique Teixeira de Barros, superintendente regional do sudeste do Pará. Um grupo armado de aproximadamente 40 pessoas invadiu, depredou e queimou casas, pasto e veículos utilizados por funcionários da fazenda. Diante das investigações, foi possível localizar o ponto geográfico onde estavam escondidos os criminosos. Uma operação conjunta foi montada por policiais civis da Superintendência do Sudeste do Pará e da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) junto com o Grupo Tático Operacional da Polícia Militar.
Os agentes foram até uma área de mata fechada onde foram presos os acusados com armas e munições de grosso calibre. “A ação dos criminosos assemelha-se à de milicianos, pois destruíram pontes, formaram barricadas com paus e pedras e destruíram as cercas de arame para dificultar a progressão da Polícia por terra e por água”, explicou o delegado. Após a prisão do grupo, foi possível localizar dois veículos tipo motocicleta, roubados de funcionários da fazenda e incendiados no próprio pasto da propriedade agropastoril.
Mesmo sem a realização de perícia técnica foi possível constatar que as motocicletas apresentavam perfurações semelhantes a disparos de armas de fogo. A prisão do bando foi possível devido ao efeito surpresa promovido pela força policial. “Os criminosos estavam em local de difícil acesso e conheciam bastante o terreno em que estavam acampados. Alguns dos presos confessaram que tinham conhecimento do mandado de reintegração de posse e mesmo assim permaneciam aterrorizando os funcionários da fazenda, que não tinham mais condições de trabalho”, salientou Alberto Teixeira.
Foram presos José Ribamar Batista dos Santos, Valter Júnior Ferreira Cruz, Valdeir Costa do Nascimento, Antônio Carlos Alves dos Santos, Lucileno Barbosa Marinho, Antônio Carlos de Oliveira e Francisco de Assis Nascimento Silva. Eles foram autuados por formação de bando ou quadrilha armada, porte ilegal de arma de fogo, desacato e resistência à prisão. Outros crimes serão apurados no decorrer do inquérito policial. Foram apreendidas três espingardas calibre 36; cinco munições calibre 32; 11 munições calibre 28 e outras 11 munições de calibre 20. Também foram encontrados com os presos cinco frascos de balins e duas motosserras, dentre outros objetos que configuram a prática delituosa.
Fazenda Cedro - Ainda durante a operação na fazenda Mutamba, a equipe policial tomou conhecimento de que em uma outra propriedade rural denominada Fazenda Cedro, a 60 quilômetros de Marabá, um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), havia sequestrado e mantido sob cárcere privado uma equipe de segurança privada prestadora de serviço do grupo Santa Bárbara, proprietários da fazenda. Os policiais então se deslocaram para a fazenda Cedro e ao chegarem no acampamento do MST perceberam que os reféns já haviam sido libertados. As vítimas eram três funcionários da empresa de segurança. Armas e equipamentos da empresa foram levados. Após negociação com os acampados foi possível reaver armamento e equipamentos da empresa de segurança. Tudo foi apreendido e entregue aos proprietários.
Foram apreendidas três pistolas calibre .380; cinco carregadores municiados do mesmo calibre; duas espingardas calibre 12; 33 munições calibre 12; lanterna; radiocomunicador; três coletes balísticos e fardas da empresa, todos subtraídos dos funcionários e que estavam em poder dos bandidos. O procedimento policial foi instaurado para investigar os responsáveis pela subtração dos armamentos, bem como dos outros objetos pertencentes à empresa de segurança. “Tomaremos todas as providências necessárias para que sejam reconhecidos, qualificados e indiciados aqueles que praticaram tais crimes. As ações da Polícia Civil e Militar continuarão no combate ao crime no sudeste do Pará, não importa se na zona urbana ou zona rural. O policiamento será exercido com presteza visando proteger a sociedade de malfeitores que responderão na justiça pelos crimes praticados”, asseverou Teixeira. (Agência Pará)