Presidente da FIEMA, Edilson Baldez fala da importância de se estabelecer ações para estimular o desenvolvimento industrial da região e do corredor centro norte

São Luís – Um dos setores que poderia mudar esse cenário de crise por qual passa a economia brasileira é o de infraestrutura. O Brasil investe apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, o que faz o país conviver com estradas de má qualidade, portos não tão eficientes, falhas no fornecimento de energia e inúmeros problemas de logística que encarecem a produção e tiram a capacidade das empresas de competirem no mercado internacional.
Conforme o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, que traduz a visão de futuro da CNI para o Brasil, a infraestrutura é um dos dez fatores-chave para o crescimento sustentado da economia. Para o país ter uma rede de transporte integrada e eficiente, garantia no abastecimento de energia e saneamento básico, o Mapa destaca que é preciso aumentar os investimentos na área dos atuais 2,45% do PIB para 3,65% em 2017 e chegar a 5% do PIB em 2022.
Atualmente, o Brasil ocupa a 76ª posição entre 144 países no quesito infraestrutura no ranking Global Competitiveness Report 2014/2015, patamar abaixo dos países no mesmo estágio de desenvolvimento. O estudo Competitividade Brasil 2014, elaborado pela CNI, reforça a má colocação brasileira. Em infraestrutura e logística, o país aparece na 14ª posição entre 15 países pesquisados. Em todos os modais o país recebe avaliações negativas e não registra avanços desde 2010.
“Precisamos realizar ações integradas que possam assegurar a competitividade e principalmente a redução de custos da logística para o escoamento da produção da região. A superação desses obstáculos depende da efetiva participação do setor privado no investimento e na gestão dos serviços”, destacou o presidente da FIEMA, Edilson Baldez, durante a abertura do XXVIII Encontro sobre o Corredor Centro Norte, que aconteceu durante toda a quarta-feira (22), no auditório Alberto Abdalla, na Casa da Indústria.
Agenda para sair da crise - Tentando responder a pergunta “Como o setor industrial pode se beneficiar, ainda mais, do Corredor Centro Norte?”, o vice-presidente da FIEMA e presidente do Conselho Temático de Infraestrutura e Obras da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, foi um dos palestrantes do encontro que reuniu diversas autoridades estaduais, federais e empresários.
“O corredor foi criado há 11 anos, em Brasília, no Congresso Nacional. Fizemos um trabalho com o ex-ministro Paulo Haddad, a época, para que o Corredor Centro Norte convergisse para o Porto do Itaqui e fosse um corredor de desenvolvimento e não apenas um corredor de transporte de Commodities (mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial)”, destacou Zeca Belo.
O vice-presidente da FIEMA também falou dos potenciais do Matopiba, que possui em sua extensão de 73 milhões de hectares, cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas em 337 municípios. No Maranhão podem ser aprimorados os projetos de soja, milho, leite, mdf, papel e celulose, bovinos, suinocultura, frango e substituições de importações interestaduais.
“Com essa implementação, podemos ter uma logística exportadora competitiva no acesso da indústria e produtores a vários portos corredores de exportação, além da redução dos custos de comercialização, uma alternativa mais econômica do fluxo de caixa para o mercado consumidor, o que pode gerar um aumento da competitividade da indústria brasileira no exterior, assim como o incentivo de investimentos que irão incrementar o processo produtivo, e consequentemente a redução dos custos de carga e de consumo de combustível e a queda no índice de acidentes nas estradas”, finalizou o vice-presidente durante a palestra.